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Opinião

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- Publicada em 05 de Fevereiro de 2014 às 00:00

Greve, pra que te quero?


Jornal do Comércio
A Copa do Mundo que se aproxima trará os olhares do mundo para o Brasil nos próximos meses. Nossos políticos, especialmente em âmbito federal, sabem muito bem que um fracasso em manter a ordem durante esse período manchará a imagem do País e poderá trazer grande abalo nas eleições de outubro.
A Copa do Mundo que se aproxima trará os olhares do mundo para o Brasil nos próximos meses. Nossos políticos, especialmente em âmbito federal, sabem muito bem que um fracasso em manter a ordem durante esse período manchará a imagem do País e poderá trazer grande abalo nas eleições de outubro.
Diante dessa “sensibilidade” adicional da classe política brasileira, começa a se formar um cenário perigoso: ao que tudo indica, em 2014 veremos batidos todos os recordes de greves país afora. A greve dos rodoviários em Porto Alegre é apenas mais um exemplo desse fenômeno.
Sindicatos ligados ao serviço público ou a setores com alto grau de interferência política (caso dos rodoviários) já se aproveitam do fato de não terem um patrão a sentir sozinho o peso de suas demandas, como é o caso no setor privado. Políticos avaliam o custo de algo não em termos financeiros (como todos nós), mas sim em capital político.
As greves que estão ocorrendo agora prenunciam um ano turbulento. O governo federal, ao que tudo indica, usará recursos de que não dispõe para (tentar) apaziguar grupos de pressão que historicamente o apoiaram, mas dos quais se tornou refém ao longo dos últimos 11 anos.
A nós caberá, como de costume, pagar a conta. Mas podemos virar o jogo dando o recado aos nossos governantes, esses mesmos que não aproveitaram os bons ventos internacionais e os altos índices de aprovação popular e apoio do Congresso para realizar as reformas necessárias à sustentabilidade fiscal e institucional do Estado.
O modelo de inchaço estatal e cooptação de grupos de pressão dotados de interesses específicos, que tem levado tantos países mundo afora a crises econômicas, precisa ser reformado urgentemente no Brasil. Caso contrário, nosso futuro estará não “entre a cruz e a espada”, mas entre o caos e a falência.
Cientista político e conselheiro fiscal do IEE
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