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Opinião

ARTIGO

- Publicada em 22 de Novembro de 2013 às 00:00

Herdeiras do atraso estatal


Jornal do Comércio
Houve uma época, não muito distante, em que as multifacetadas esquerdas brasileiras veneravam o sistema econômico e político da União Soviética. Depois, o da China. Mais tarde, o da Albânia. Restou-lhes a grife cubana – com alguns floreios e enfeites ditos bolivarianos.
Houve uma época, não muito distante, em que as multifacetadas esquerdas brasileiras veneravam o sistema econômico e político da União Soviética. Depois, o da China. Mais tarde, o da Albânia. Restou-lhes a grife cubana – com alguns floreios e enfeites ditos bolivarianos.
No legado disso tudo, observam-se alguns preconceitos. São muitos, mas aqui cabe lembrar um deles, que diz respeito ao dia a dia brasileiro: tudo que vem dos Estados Unidos da América é danoso, explorativo, pernicioso.
Seu idioma, seus governos, suas indústrias, suas mercadorias, seu emprego nas empresas com matriz naquele país – nada presta! Em segundo lugar, são totalmente contrários a tudo que diga respeito à meritocracia – vale dizer ,a atribuir mérito a quem é capaz. (Aqui, uma observação: parecem ignorar que somente são contra a meritocracia os que não têm condições de atingir patamares mais elevados.)
Na vida nacional, importa observar que essa maneira de pensar está impregnada da ideia segundo a qual a justiça social, a produtividade e o desenvolvimento econômico e social só advêm do âmbito do Estado. Dos governos ou das empresas estatais. Do controle econômico e político das atividades produtivas.
Esse preconceito envolve a existência de um sistema estatal pesado. E aí cabe uma pergunta: se o desenvolvimento econômico e social depende, fundamentalmente, da economia, quem tem maior produtividade? O setor público (e suas estatais) ou o setor privado? Quem promove o emprego? Quem inova? Quem faz classes sociais ascenderem na escala da sociedade?
Há casos que impressionam. No Rio Grande do Sul, o setor público, em 2008, investiu pesadamente numa empresa estatal a fim de participar de um projeto de circuitos eletrônicos integrados – fabricação de chips -, no qual não faltaram verbas federais.
Seus idealizadores esperavam muito; muito mais do que por um singelo chip na orelha para rastreamento de um boi Aberdeen Angus. Enquanto isso, uma empresa privada da Região Metropolitana de Porto Alegre está sendo considerada, pela fabricação, a maior produtora latino-americana de chips para computadores, smartphones, tablets e pendrives!
Que contraste!
Esses preconceitos são tão arraigados que sequer atentam para pelo menos um fato: a China de Deng Xiaoping, e agora com Xin Jinping, resolveu adotar a economia de mercado, com ingresso de capitais estrangeiros, é o capitalismo chinês. O Estado chinês continuaria ditatorial, mas a economia seria endereçada ao capitalismo. Construiu o que eles mesmos denominam de “Economia Socialista de Mercado”.
Economista, vereador/PP, ex-prefeito de Porto Alegre
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