Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

EDITORIAL

- Publicada em 01 de Novembro de 2013 às 00:00

O grande Eike foi repaginado à sua grandeza


Jornal do Comércio
Ele, Eike Batista, acabou como um Tio Patinhas ao contrário, ou seja, falido. Não que não possa se recuperar. Afinal, a recuperação judicial é uma possibilidade. Mas, de 4 mil empresas que pediram recuperação judicial, desde que o procedimento foi estabelecido no Brasil em 2005, apenas 1% teve êxito em sair do processo. Eike Batista visou a criar um império de energia, mineração e logística, mas nenhuma das empresas criadas se tornou lucrativa a tempo de fazer face aos bilhões em financiamentos que tomou no mercado. No cinema, já tivemos filmes retratando a história de magnatas do petróleo, da indústria automobilística e de outros setores que acabaram quebrando. Na vida real, o processo de ascensão e queda é bem mais lento e, às vezes, até imperceptível ao grande público. No Brasil acabamos por ver, ao vivo e a cores, ainda que borradas pelo ineditismo, a derrocada do único jogador global brasileiro das finanças. Foi um breve período de apenas cinco anos o tempo em que Eike Batista conseguiu subir e cair rapidamente no ranking dos mais ricos do mundo. A fortuna do mineiro de Governador Valadares passou de US$ 6,6 bilhões para US$ 30 bilhões, uma alta fantástica.
Ele, Eike Batista, acabou como um Tio Patinhas ao contrário, ou seja, falido. Não que não possa se recuperar. Afinal, a recuperação judicial é uma possibilidade. Mas, de 4 mil empresas que pediram recuperação judicial, desde que o procedimento foi estabelecido no Brasil em 2005, apenas 1% teve êxito em sair do processo. Eike Batista visou a criar um império de energia, mineração e logística, mas nenhuma das empresas criadas se tornou lucrativa a tempo de fazer face aos bilhões em financiamentos que tomou no mercado. No cinema, já tivemos filmes retratando a história de magnatas do petróleo, da indústria automobilística e de outros setores que acabaram quebrando. Na vida real, o processo de ascensão e queda é bem mais lento e, às vezes, até imperceptível ao grande público. No Brasil acabamos por ver, ao vivo e a cores, ainda que borradas pelo ineditismo, a derrocada do único jogador global brasileiro das finanças. Foi um breve período de apenas cinco anos o tempo em que Eike Batista conseguiu subir e cair rapidamente no ranking dos mais ricos do mundo. A fortuna do mineiro de Governador Valadares passou de US$ 6,6 bilhões para US$ 30 bilhões, uma alta fantástica.
A recuperação judicial da petroleira culmina com o fim de um processo de 16 meses de declínio que levaram US$ 30 bilhões da fortuna pessoal de Eike Batista. Ele era uma ficção financeira que se aproximava das “pirâmides” nas quais os que lançavam o modelo e estavam no topo sempre ganhavam muito dinheiro, até que, adiante, na base, os aplicadores começavam a rarear, no caso, os investidores ávidos por lucros tão fáceis quanto rápidos e, o pior, enganadores. Aí, a “pirâmide” ruía.
Eike Batista, mais para esperto e oportunista, semelhante a um “Tio Patinhas” sul-americano, aproveitou o apetite dos investidores por commodities entre os anos de 2000 e 2010 e lançou seis empresas para captar esse fluxo de capitais. Quando ele perdeu a confiança do mercado, tentou vender partes dessas empresas para se salvar. Só resta ao mercado entender que a derrocada de Eike Batista é algo pontual, específico de suas empresas e focada somente na empresa dele. O empresário sonhou construir um império de empresas de energia, minérios e logística, mas nenhum desses empreendimentos se tornou lucrativo. Finalmente, o pedido de recuperação judicial da OGX está sendo tratado como um calote recorde da história na América Latina.
Fundos de investimento norte-americanos como o Pimco - o maior do mundo de investimento em títulos de dívida -, a Pacific Investment Management e o BlackRock são sócios de Eike.
A fortuna pessoal de Eike Batista foi pulverizada pela queda espetacular dos preços das ações de suas empresas. Com a trégua de 180 dias que obteve com o pedido de recuperação judicial, ou o grande Eike Batista se recupera, ou virá a falência. Se isso acontecer, o renascido cinema brasileiro terá um bom roteiro para filme. Espera-se que a película seja “à prova de idiotas”, algo que, apesar das suas promessas, Eike Batista não conseguiu aplicar em suas hoje falidas empresas de petróleo cuja quantidade prometida jamais produziram. Agora, Eike Batista foi repaginado para sua verdadeira dimensão.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO