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Opinião

ARTIGO

- Publicada em 06 de Março de 2013 às 00:00

Medicina: novas notícias e velhos problemas


Jornal do Comércio
A medicina tem experimentado avanços importantes nas últimas décadas. Conhecimento do mapa genético e do micro ambiente biológico tem proporcionado a possibilidade de diagnóstico mais preciso, tratamento mais efetivo, com efeitos colaterais mais controlados. Há poucos dias, uma das barreiras que vem atormentando os médicos e milhares de pacientes por muitos anos parece ter mostrado uma brecha: uma criança com HIV foi possivelmente curada, através de uso precoce de uma combinação de remédios. Há pouco tempo, soaria como ficção científica. Não são, entretanto, somente boas notícias. O custo de novos medicamentos é altíssimo.  Olhando de forma cuidadosa e responsável, surge a pergunta fundamental: como vamos pagar por estes avanços?
A medicina tem experimentado avanços importantes nas últimas décadas. Conhecimento do mapa genético e do micro ambiente biológico tem proporcionado a possibilidade de diagnóstico mais preciso, tratamento mais efetivo, com efeitos colaterais mais controlados. Há poucos dias, uma das barreiras que vem atormentando os médicos e milhares de pacientes por muitos anos parece ter mostrado uma brecha: uma criança com HIV foi possivelmente curada, através de uso precoce de uma combinação de remédios. Há pouco tempo, soaria como ficção científica. Não são, entretanto, somente boas notícias. O custo de novos medicamentos é altíssimo.  Olhando de forma cuidadosa e responsável, surge a pergunta fundamental: como vamos pagar por estes avanços?
O médico britânico Patrick Dixon, ativista na área da Aids e autor de vários ensaios sobre rumos da assistência médica, descreve basicamente três possíveis cenários para o futuro: no primeiro, as grandes indústrias farmacêuticas seguem com mesmo modelo de pesquisa, com custos e preços comercialmente inviáveis para maioria dos países; segundo modelo, cujas patentes não são respeitadas e remédios são copiados sem custo da pesquisa – aparentemente reduzem os preços a curto prazo, mas desencorajam qualquer investidor em seguir pesquisando nesta área; e um terceiro modelo – apontado como uma alternativa criativa a ser trabalhada – na qual grandes corporações públicas ou privadas contratam  indústrias com conhecimento na investigação médica para buscar soluções para doenças que afligem as pessoas, sem necessariamente ter lucro como meta, uma vez que a remuneração será feita antecipadamente e com fins essencialmente humanitários. Os avanços, portando, devem vir acompanhados de ampla discussão sobre acesso, alocação pertinente e, principalmente, erradicação dos desmandos e desvios que assolam a saúde em nosso País. De outra forma, toda conquista médica seguirá sendo ficção científica.
Médico oncologista
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