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Opinião

Editorial

- Publicada em 18 de Outubro de 2012 às 00:00

Brasil sai de moda e empresas são vendidas


Jornal do Comércio
Incrivelmente, e para espanto tardio dos nacionalistas de alguns anos, o Brasil saiu da moda e, ao contrário do que se pensava, agora mesmo é que os estrangeiros estão comprando empresas nacionais. Na opulência, os preços eram elevados, as negociações difíceis e a burocracia emperrava os negócios. Pois agora não, a desaceleração da economia brasileira está estimulando as operações de aquisições por estrangeiros de empresas nacionais, ao fazer com que os vendedores aceitem preços mais razoáveis.
Incrivelmente, e para espanto tardio dos nacionalistas de alguns anos, o Brasil saiu da moda e, ao contrário do que se pensava, agora mesmo é que os estrangeiros estão comprando empresas nacionais. Na opulência, os preços eram elevados, as negociações difíceis e a burocracia emperrava os negócios. Pois agora não, a desaceleração da economia brasileira está estimulando as operações de aquisições por estrangeiros de empresas nacionais, ao fazer com que os vendedores aceitem preços mais razoáveis.
Essa, pelo menos, é a ideia de Patrice Etlin, diretor para a América Latina da Advent International, empresa global de private equity (fundos de capital privado) com sede nos Estados Unidos. Ele nota que a volatilidade da bolsa e a expectativa de crescimento fraco da economia brasileira este ano estão levando, paradoxalmente, a uma aceleração do fechamento de negócios. Isso ocorre porque as famílias e os empreendedores que detêm as empresas cobiçadas estão pedindo preços mais razoáveis depois de uma fase em que, com o Brasil no auge do interesse, os preços foram às alturas.
Simultaneamente, o agora talvez “persona non grata” no Rio Grande do Sul, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, afirmou que o Brasil não faz nenhuma medida protecionista fora das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que ações adotadas para proteger a indústria local são em “legítima defesa comercial para defender as nossa empresas”. É que o País se tornou um dos cinco maiores mercados do mundo para a maioria das empresas.    
O caso de aquisição mais retumbante recente foi o da Amil. Porém, a percepção geral do mercado é que o preço da transação foi bastante elevado, ou seja, quase R$ 10 bilhões. A UnitedHealth, ao contrário dos fundos de private equity, é um investidor estratégico - isto é, uma empresa do mesmo ramo da que foi adquirida. Não é surpresa, então, quando se sabe que há, hoje, buscando transações no Brasil, empresários dispondo de US$ 11 bilhões.
Entre meados de 2010 e abril de 2012, três laboratórios farmacêuticos nacionais - Bunker, Delta e uma participação no Pele Nova – foram vendidos para a Valeant, empresa farmacêutica de origem canadense. A Fogo de Chão, rede com sete churrascarias no Brasil e 18 nos Estados Unidos, foi vendida pela GP Investimentos, grupo financeiro nacional, para o fundo de private equity Thomas Lee Partners, por US$ 400 milhões. O anúncio foi em maio deste ano. Já a Yoki, indústria de alimentos conhecida por sua pipoca de micro-ondas e produtos juninos, foi vendida para a americana General Mills em maio, por R$ 1,75 bilhão. O número de aquisições de participação majoritária ou minoritária em empresas nacionais por estrangeiros dobrou, desde 2006, passando de 106 para 209 até agosto.
Se fosse em governos anteriores, alguns estariam falando em invasão das multinacionais sobre o Brasil. Mas são apenas negócios. E o movimento de aquisições está associado ao consumo da nova classe média. Enfim, a  venda de empresas brasileiras para estrangeiros faz parte de uma tendência crescente de desnacionalização da economia brasileira.
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