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Opinião

Editorial

- Publicada em 27 de Agosto de 2012 às 00:00

Chega de corrupção e data vênia no Brasil


Jornal do Comércio
Com a pressão da opinião pública e da imprensa, o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando os 38 acusados no mensalão. Muito além do tempo razoável, mas o tempo da Justiça é diferente do tempo do cidadão comum. O julgamento não transitou em julgado e ainda se ouvem muitos data vênia e exclamações jurídicas bonitas. No Congresso, a chamada CPMI do Cachoeira apresenta um festival de mudez. Pois a corrupção que se alastrou no País feito uma metástase oriunda de um carcinoma, em que nem a radioterapia nem a quimioterapia resolveram, tornou-se um ressentimento nacional. E, sabemos, o ressentimento faz com que não consigamos sair do mesmo lugar, como um veículo atolado no barro: quanto mais se acelera, mais ele afunda e menos se movimenta.
Com a pressão da opinião pública e da imprensa, o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando os 38 acusados no mensalão. Muito além do tempo razoável, mas o tempo da Justiça é diferente do tempo do cidadão comum. O julgamento não transitou em julgado e ainda se ouvem muitos data vênia e exclamações jurídicas bonitas. No Congresso, a chamada CPMI do Cachoeira apresenta um festival de mudez. Pois a corrupção que se alastrou no País feito uma metástase oriunda de um carcinoma, em que nem a radioterapia nem a quimioterapia resolveram, tornou-se um ressentimento nacional. E, sabemos, o ressentimento faz com que não consigamos sair do mesmo lugar, como um veículo atolado no barro: quanto mais se acelera, mais ele afunda e menos se movimenta.
Os brasileiros estão de tal maneira ressentidos com a corrupção que campeia no País que permanecem presos na atemporalidade. Estamos amarrados a um passado de impunidade que se fixa no presente com o qual não acertamos as contas. Presente e futuro estão sendo hipotecados para lavar este agravo à cidadania, a honra geral ofendida e que se apoderou das três dimensões do tempo. O povo, ressentido, contabiliza injustiças, vive ofendido e quer uma vingança social através da Justiça. Sem mais delongas, data vênia, in dúbio pro reo e filigranas jurídicas que só postergam a punição. Defesa, sim, mas jamais jogar para frente com recursos as penas que a lei prevê. 
Além disso, revolta o cidadão comum os privilégios de certas categorias quando cometem delitos fora das suas atribuições. É o caso de promotor de Justiça que foi condenado a uma pena de quatro anos de detenção, em regime inicial aberto, por ter provocado um acidente de trânsito que resultou na morte de três pessoas, em outubro de 2007, em Araçatuba, no interior de São Paulo. Mas a pena de detenção foi substituída por prestação de serviço à comunidade. Segundo apurou o inquérito policial e depois o processo na Justiça, o promotor estaria com sinais de embriaguez e em alta velocidade. Após o acidente, o promotor não pôde ser preso em flagrante por pertencer ao Ministério Público. E daí? Ele estava nas suas funções ou era apenas um motorista embriagado que invadiu a contramão e bateu de frente em uma motocicleta onde estavam as três vítimas, um casal e o filho de 7 anos? Os três morreram no local.
O que entristece é que a corrupção divulgada deve ser apenas 20%, talvez 30%, não mais do que 50% do que ocorre pelos descaminhos dos serviços públicos. Com a conivência organizacional de pessoas de fora das repartições. Isso é que liquida com a autoestima de todos nós. Por corrupção, nos últimos sete anos, foram demitidos 3.800 funcionários federais, e 2.367 empresas foram consideradas inidôneas. Outras 1.475 empresas estão suspensas de um cadastro que vai se tornando nacional, bem como 1.200 ONGs. Todas essas empresas e ONGs não podem mais receber dinheiro público. Assim caminha o Brasil.
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