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Opinião

Editorial

- Publicada em 13 de Janeiro de 2012 às 00:00

O mínimo, os professores e a cavilosa vontade política


Jornal do Comércio
Não há, no mundo – e a Europa, como antes os Estados Unidos e o Brasil provaram – país que possa viver gastando mais do que é arrecadado. Aliás, nem países nem famílias ou empresas. Deve-se viver dentro de um padrão compatível com o rendimento. E se trabalharmos naquilo que amamos não cansaremos e o sucesso será inevitável. Criticar o reajuste do salário-mínimo em um percentual mais do que o dobro da inflação pelo IPCA em 2011 é muito antipático. Receberemos críticas, eis que serão “as elites não querendo a melhoria de vida dos mais pobres”. A questão não é elevar o salário-mínimo, mas que esse reajuste seja compatível com o quadro econômico do País. Em 2011, a arrecadação federal cresceu mais de 17% descontada a inflação. Pois desse dinheiro, que passou de R$ 1,5 trilhão antes do final do ano passado, 92% foram para reajustes salariais e apenas 8% para investimentos. Apesar disso, o aumento real do mínimo no Brasil ficou em 1,4%, bem abaixo da média geral dos países da América Latina, que foi de 7,1%.
Não há, no mundo – e a Europa, como antes os Estados Unidos e o Brasil provaram – país que possa viver gastando mais do que é arrecadado. Aliás, nem países nem famílias ou empresas. Deve-se viver dentro de um padrão compatível com o rendimento. E se trabalharmos naquilo que amamos não cansaremos e o sucesso será inevitável. Criticar o reajuste do salário-mínimo em um percentual mais do que o dobro da inflação pelo IPCA em 2011 é muito antipático. Receberemos críticas, eis que serão “as elites não querendo a melhoria de vida dos mais pobres”. A questão não é elevar o salário-mínimo, mas que esse reajuste seja compatível com o quadro econômico do País. Em 2011, a arrecadação federal cresceu mais de 17% descontada a inflação. Pois desse dinheiro, que passou de R$ 1,5 trilhão antes do final do ano passado, 92% foram para reajustes salariais e apenas 8% para investimentos. Apesar disso, o aumento real do mínimo no Brasil ficou em 1,4%, bem abaixo da média geral dos países da América Latina, que foi de 7,1%.
As corporações públicas estão recebendo reajustes bons, com certeza justos, mas na iniciativa privada é dada a inflação e olhe lá. Não se quer, repetimos, nivelar por baixo. Porém, o Brasil tem que diminuir a sua dívida pública que consumiu R$ 216 bilhões de juros em 2011. Imaginem os cidadãos essa quantia em portos, aeroportos, rodovias, educação, saúde e segurança? Aliás, no caso do magistério gaúcho, a situação do governo estadual é paradoxal. Diziam muitos, quando na oposição no Rio Grande do Sul e no quadro nacional, que bastava uma nebulosa e cavilosa “vontade política” para que os adversários de então dessem reajustes a torto e a direito. Agora, no governo, como fica? Não era, não é e jamais será assim. Dinheiro se tem ou não se tem. Não existe a cavilosa “vontade política” nas finanças. Só a realidade.
A prova acabada da distorção é o fato de que os aposentados e pensionistas da Previdência que ganham acima do mínimo receberão 6% de reajuste, contra uma inflação oficial em 2011 de 6,5%. Enquanto isso temos categorias no serviço público, seja no Executivo, Legislativo ou Judiciário, que percebem auxílio-moradia para ter “segurança jurídica”. Ora, e o trabalhador comum não precisa de casa, alimento, condução? Logo vem o argumento que “está na lei, logo, é legal”. Legal é, mas, perante a opinião pública, tem pouca moral.
Tudo indica, nesta questão que, em alguns, o hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que ninguém vê. Há pai que nunca viu o filho. Marido que nunca viu a própria mulher. Nossos olhos se gastam no cotidiano vendo muito pouco da realidade nacional. É por aí que se instala nas mentes e nos corações o monstro da indiferença. Em alguns estados há nichos de servidores que recebem ajuda de custo para mudança, alimentação e verba de representação, entre outros penduricalhos. Tudo dentro da lei, claro. O novo salário-mínimo beneficiará milhões. Quem paga trata de se “adequar”, repassando para os preços dos alimentos e dos serviços, além dos problemas como seca aqui no Estado e enchentes no Sudeste.
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