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Opinião

Editorial

- Publicada em 22 de Novembro de 2011 às 00:00

Nota baixa para uma greve sem unanimidade


Jornal do Comércio
Greves não têm a simpatia da população, geralmente. Menos ainda no serviço público, onde, aliás, vicejam. É que estamos todos conectados hoje muito mais do que há 10, 15 ou 20 anos com bancos, correios, educação e transportes. Porém, se há um setor no Rio Grande do Sul que merece um divã sociopsicanalítico para trazer o consenso sobre o que está mesmo errado, é a educação pública. De pleno, a certeza de que os professores não ganham o que merecem. Mas a formação dos mestres tem sido boa? Afinal, o ensino não caiu de qualidade nas áreas oficiais? As décadas passam e o magistério gaúcho brada aos céus contra o que julga abandono salarial e falta de condições de trabalho. Se houver uma análise profunda sobre os aspectos psicossociais da educação pública estadual, por certo que uma ressocialização será uma das terapias prescritas. Os sintomas esquizofrênicos do setor tiveram uma recidiva neste final de ano. A relação de greves é longa, segundo consta no site da entidade. E repetitivas nas suas causas. O movimento não teve grande apoio.
Greves não têm a simpatia da população, geralmente. Menos ainda no serviço público, onde, aliás, vicejam. É que estamos todos conectados hoje muito mais do que há 10, 15 ou 20 anos com bancos, correios, educação e transportes. Porém, se há um setor no Rio Grande do Sul que merece um divã sociopsicanalítico para trazer o consenso sobre o que está mesmo errado, é a educação pública. De pleno, a certeza de que os professores não ganham o que merecem. Mas a formação dos mestres tem sido boa? Afinal, o ensino não caiu de qualidade nas áreas oficiais? As décadas passam e o magistério gaúcho brada aos céus contra o que julga abandono salarial e falta de condições de trabalho. Se houver uma análise profunda sobre os aspectos psicossociais da educação pública estadual, por certo que uma ressocialização será uma das terapias prescritas. Os sintomas esquizofrênicos do setor tiveram uma recidiva neste final de ano. A relação de greves é longa, segundo consta no site da entidade. E repetitivas nas suas causas. O movimento não teve grande apoio.
O Cpers/Sindicato foi fundado em 21 de abril de 1945 e é o segundo maior sindicato da América Latina, com 87.602 associados. Em 1979 houve a primeira greve de sua história, de 13 dias. Em 1980, nova greve, de 21 dias. Ocorreram greves ou movimentos em 1981 e 1984. Em 1985 foram 60 dias parados. No ano de 1987 foram 96 dias fora das salas de aula. Em 1989, 42 dias de greve por reajuste. Em 1990, greve de 58 dias. Em 1991, a segunda maior greve da categoria durou 74 dias. No ano seguinte, 1992, movimento contra o calendário rotativo.
O ano de 1997 caracterizou-se por várias greves, paralisações e reduções de períodos. O Cpers/Sindicato participou da ocupação na Assembleia Legislativa contra a privatização da CRT, um viés ideológico errado da entidade. O Brasil, onde o telefone era não só uma raridade como caro e inalcançável à maioria, hoje conta com 225 milhões de celulares graças aos investimentos privados no setor. Em 1998, a entidade se mobilizou contra o que chamou de “ataques à educação” e em “defesa do IPE”. O IPE, com gestão eficiente, retomou convênios com hospitais privados e hoje tem um bom atendimento. Em 2000, greve de 32 dias pelo plano de carreira, reajuste salarial e o vale-refeição. Em 2001, movimento por reajuste salarial. Em 2003, participação contra a guerra no Iraque. Em 2004, greve de um mês. Com 37 dias de greve em 2006, a categoria conquista reajuste de 8,57%. Em 2008, parede no final do ano. Em 2009, a campanha contra a governadora Yeda Crusius. Então, parece que existem alguns que presumem honrar a sua rudeza classificando-a de franqueza, independência e amor à verdade. Agora, chegou a vez de o governador Tarso Genro provar do fel destilado pelo amargor do Cpers, com uma greve de baixa adesão, que prejudica alunos, professores, famílias e até o comércio do Litoral Norte, com o avanço do ano escolar. O que todos os gaúchos pedem, esperam e clamam aos céus, com mais de 30 anos de greves, é por uma solução que organize o setor, em benefício do futuro do Rio Grande, das crianças e dos adolescentes. Basta de greves. Basta de problemas. Basta de baixos salários. Basta de falta de gestão.

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