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Opinião

Editorial

- Publicada em 15 de Abril de 2011 às 00:00

Inflação exige ajuste urgente nas contas públicas


Jornal do Comércio
A inflação anualizada medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) varou os 6% e se aproxima do teto da margem, de 6,5%. A meta do Banco Central é de 4,5%. Isso vem no rastro dos gastos exagerados em 2010 e do excesso de organismos públicos. Fala-se, ouvem-se discursos, palavras bonitas são jogadas ao vento, mas, de prático, muito pouco ou quase nada acontece. Só mais gastos. Antevendo o descalabro nas contas da União, Dilma Rousseff puxou o freio de mão nas despesas. Porém, a brusca parada pode ter vindo tarde demais. Piorando o quadro, as contas externas do Brasil continuarão negativas até 2016, pelo menos, se o governo mantiver a atual política econômica. O déficit na conta-corrente do balanço de pagamentos, síntese de todas as transações de bens e serviços com o exterior, deve terminar 2011 em 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e alcançar 3,6% dentro de cinco anos. A projeção é do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, o Brasil tem que reduzir os gastos públicos o mais rápido possível, advertiu o Banco Mundial (Bird), além de conter a valorização do real com consciência da impossibilidade da reversão completa desse quadro.
A inflação anualizada medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) varou os 6% e se aproxima do teto da margem, de 6,5%. A meta do Banco Central é de 4,5%. Isso vem no rastro dos gastos exagerados em 2010 e do excesso de organismos públicos. Fala-se, ouvem-se discursos, palavras bonitas são jogadas ao vento, mas, de prático, muito pouco ou quase nada acontece. Só mais gastos. Antevendo o descalabro nas contas da União, Dilma Rousseff puxou o freio de mão nas despesas. Porém, a brusca parada pode ter vindo tarde demais. Piorando o quadro, as contas externas do Brasil continuarão negativas até 2016, pelo menos, se o governo mantiver a atual política econômica. O déficit na conta-corrente do balanço de pagamentos, síntese de todas as transações de bens e serviços com o exterior, deve terminar 2011 em 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e alcançar 3,6% dentro de cinco anos. A projeção é do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, o Brasil tem que reduzir os gastos públicos o mais rápido possível, advertiu o Banco Mundial (Bird), além de conter a valorização do real com consciência da impossibilidade da reversão completa desse quadro.
Neste final de semana, ocorrerá o encontro anual de primavera, no Hemisfério Norte, do FMI e do Banco Mundial. A tendência de piora das contas é apontada também por instituições financeiras consultadas semanalmente para a pesquisa Focus do Banco Central (BC). A previsão mais recente aponta um déficit de US$ 62,2 bilhões neste ano e de US$ 68,96 bilhões em 2012. Segundo a Focus, o superávit comercial brasileiro ficará em US$ 17,01 bilhões em 2011 e diminuirá para US$ 9,90 bilhões no ano que vem. Os economistas do FMI também preveem a persistência de uma forte inflação no Brasil. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar em 4,5% em 2011 e 4,1% em 2012, ainda conforme o FMI. A economia brasileira cresceu 7,5% no ano passado e a expansão deste ano começa em uma base elevada. O FMI aponta risco de superaquecimento no País e na Colômbia, que têm rápida expansão do crédito. Por outro lado, a máquina pública federal continua inchando. São 6.689 funcionários não concursados nos cargos de confiança da presidência e dos ministérios, o que equivale a quase um terço do total de postos preenchidos por nomeações. Destes, quase 500 estão nas duas faixas salariais mais altas do funcionalismo.
Dilma herdou da gestão Lula uma estrutura burocrática que permite a nomeação de cerca de 21,7 mil pessoas para cargos de confiança, os chamados DAS, exercidos por quem tem função de chefia ou direção e pela elite dos assessores da presidente, de ministros e de secretários. Em fevereiro deste ano, 31% desses cargos eram ocupados por não concursados e 64% por servidores de carreira. Há também uma pequena parcela de servidores cedidos por órgãos de outras esferas - do Legislativo, de governos estaduais e de prefeituras municipais. Os postos DAS, que em conjunto consomem quase R$ 100 milhões por ano em salários, estão entre os mais visados pelos partidos que buscam acomodar seus representantes na Esplanada dos Ministérios. Ou a União, estados e municípios economizam ou a inflação voltará, sem dó nem piedade.
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