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Publicada em 08 de Agosto de 2025 às 11:43

Neco Argenta destaca potencial turístico como grande oportunidade da Serra

Neco Argenta, presidente do Grupo Argenta, foi um dos painelistas do evento Mapa Econômico do RS realizado em Garibaldi

Neco Argenta, presidente do Grupo Argenta, foi um dos painelistas do evento Mapa Econômico do RS realizado em Garibaldi

TÂNIA MEINERZ/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
De Garibaldi
De Garibaldi
O presidente do Grupo Argenta, Neco Argenta, foi um dos painelistas do terceiro evento de 2025 do Mapa Econômico do RS, realizado nesta quinta-feira, 7 de agosto, em Garibaldi. Em suas falas, destacou o potencial turístico da Serra Gaúcha como uma grande oportunidade de desenvolvimento regional, mas considerou que ainda há entraves logísticos para alavancar esse potencial.

"Gramado foi o pioneiro há 50 anos, Bento Gonçalves foi inteligente e copiou. Nós estamos andando e tenho certeza que o forte da economia da nossa região se chamará turismo, temos todo o potencial", destacou.

Argenta acredita que o alto custo do dólar tem favorecido o turismo interno, mas que há possibilidade de expandir o público de turistas até mesmo em nível internacional. Para o empresário, principalmente em relação ao enoturismo, é possível que sejam atraídos visitantes de outros países para a Serra nas próximas décadas. "Nossa região tem muito para crescer", acrescentou.

Entretanto, para alavancar toda a sua potencialidade, ele acredita ser necessário o investimento em melhorias de infraestrutura. O painelista avaliou que o Rio Grande do Sul ficou para trás em relação a outros estados nesse sentido, incluindo Santa Catarina, que décadas atrás tinha estradas precárias, e avançou muito nesse aspecto.

Considerando a participação gaúcha no PIB nacional, que, segundo os dados mais recentes do Departamento de Economia e Estatística do Estado (DEE-RS) está em 6,02%, Argenta considerou crítico o fato de não haver rodovias-chave duplicadas. "Não temos uma estrada duplicada de Porto Alegre para chegar a Bento Gonçalves ou a Caxias do Sul, isso é um absurdo", pontuou.

Por outro lado, destacou como um possível aliado neste aspecto o novo aeroporto de Caxias do Sul, o Vila Oliva. As obras, incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal em maio deste ano, devem iniciar até 2026 e há expectativa de que até 2050 a estrutura movimente mais de 2 milhões de passageiros.

"A união que temos aqui é de não olhar só para o município, mas para a região. Precisamos ser melhor abastecidos pela logística. O aeroporto de Caxias do Sul vai ser um bom apoio, é isso que precisamos, porque os turistas não conseguem chegar. E, quando chegam, têm toda essa dificuldade (logística)", considerou.
Além disso, ele afirmou que há dificuldades em encontrar mão de obra na região. Mas acredita que é possível solucionar este entrave a partir de investimentos em educação e na formação de jovens

Outro desafio bastante discutido, neste caso na produção agrícola, é o estímulo à manutenção dos jovens no campo. Para Argenta, entretanto, essa questão tem sido mitigada a partir das facilidades proporcionadas pelas tecnologias.

Outro painelista, o presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló, contribuiu neste aspecto ao ser convidado por Argenta a se pronunciar: "Temos inúmeros exemplos de jovens que saíram da propriedade, foram estudar, e voltaram a trabalhar com os pais na produção de uvas. Hoje, não falamos em sucessão rural, mas em continuidade da propriedade", destacou.

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