Para manter-se entre entre as quatro marcas de cadeiras de escritório mais vendidas do Brasil, respondendo por até 10% do mercado nacional, sem perder com a questão logística, a Cavaletti investiu em uma frota própria, especialmente para distribuir o mobiliário produzido em Erechim, no Norte do Estado, até o Norte e Nordeste do Brasil, além do centro de distribuição criado em São Paulo.
De acordo com o presidente da empresa, Gilmar Cavaletti, é assim que eles garantem a qualidade do produto inclusive no momento da entrega. Foi a forma de compensar o que ele vê, e não se conforma, todos os dias no município. Estão ali os trilhos da malha ferroviária gaúcha, passando por Erechim, mas desativados desde 1994. Poderia representar um elo tanto com o Porto de Rio Grande quanto em direção a Paraná e São Paulo, mas não é o que acontece.
"É uma ferrovia pronta, e poderíamos tranquilamente usar transporte por contêineres, mas os investimentos pararam e o que nós temos enfrentado hoje são absurdas seis horas daqui até União da Vitória (município do Paraná, a 240 quilômetros de Erechim)", comenta o empresário que atua há 51 anos na cidade.
É impossível falar dos eixos para o crescimento de Erechim sem considerar logística e infraestrutura. No horizonte, e já em fase de concretização, do governo local está o terceiro corredor de desenvolvimento para indústrias locais, ao longo das margens da ERS-311, em direção a Gaurama. Outros corredores, com canteiros de obras permanentemente ativos com a chegada e ampliação de indústrias, já estão estabelecidos ao longo da ERS-135, com 45 empresas em direção a Getúlio Vargas e Passo Fundo, e da BR-153, em direção a Concórdia, Santa Catarina, com pelo menos outras 20 empresas. O município também está criando um distrito exclusivo para micro e pequenas empresas, também nas proximidades da BR-153.
"Temos hoje 22 mil CNPJs ativos e até 1,2 mil vagas de emprego abertas para as empresas locais. É claro que os novos empreendedores e também aqueles que se expandem em Erechim têm a logística como um fator essencial na escolha de onde investir. Temos aproveitado bem uma janela de oportunidades nesses últimos cinco anos e tirado proveito da malha rodoviária que corta o nosso município. Com tantos investimentos, acredito que seja um argumento muito importante para que sejam priorizados investimentos como a pavimentação da BR-153 até Passo Fundo e a duplicação da ERS-135, com a concessão do Bloco 2", diz o prefeito Paulo Polis.
Nos corredores, segundo o prefeito, é oferecida a mesma estrutura que aconteceria em um distrito industrial tradicional, mas com a vantagem de estar com a rodovia na porta da empresa. Um ganho logístico que hoje faz toda a diferença. Entre as empresas estabelecidas entre os corredores está a também gigante no mercado brasileiro de cadeiras profissionais, Plaxmetal. A empresa inaugurou neste ano um novo pavilhão, de 35 mil metros quadrados em sua nova fábrica, que já tinha 40 mil metros quadrados, às margens da BR-153, em direção a Santa Catarina.
A Cavaletti também investe R$ 34,8 milhões em ampliações neste ano. Foram somados 15 mil metros quadrados no parque fabril, chegando a 75 mil metros quadrados na sua área, dentro do Distrito Industrial, também próximo à BR-153, mas mais próximo da área central da cidade, onde a empresa está instalada desde 1987.
E se este setor é forte, está longe de ser o único protagonista na economia local. Estão em Erechim gigantes como a Comil, na fabricação de ônibus, a Olfar, no processamento de soja, e a Brastelha, no setor de telhas e construção.
"A diversidade econômica, sem deixar o município dependente de um único setor, é resultado do tema de casa, que temos feito muito bem. Não à toa o Sebrae instalou em Erechim a regional do norte do Estado. Nos últimos 20 anos, nosso município cresceu em média 10% ao ano", argumenta Polis.
Durante a inauguração do atacado Stock Center, por exemplo, os dirigentes do grupo que tem origem em Passo Fundo rasgaram elogios à administração local como o município mais rápido na liberação do novo empreendimento.
O prefeito conta que foi criada a Sala de Aceleração de Projetos, com reforço de profissionais de Engenharia no corpo técnico do município. "Conseguimos destravar os projetos. Inclusive, aprovamos em 20 dias até mesmo projetos de grande porte", garante Polis. Somente neste ano, foram 700 projetos já aprovados até agosto.