Mapa Econômico do RS
- Publicada em 24 de Novembro de 2023 às 17:31O boom dos condomínios logísticos na Região Metropolitana de Porto Alegre
Amazon é uma das empresas com Centro de Distribuição no Rio Grande do Sul
Patricia Knebel/especial/JC
Eduardo Torres
São raras as oportunidades para uma combinação perfeita de elementos que garantam o crescimento de um setor econômico específico. Foi o que aconteceu entre a Região Metropolitana e o Vale do Sinos. Some a capilaridade de rodovias, a proximidade com o maior mercado consumidor do Estado, as obras de ampliação, e transformação do Aeroporto Salgado Filho em um terminal de cargas mais eficiente e a explosão do comércio online com a pandemia. Era a receita para o boom do setor logístico na região, com a multiplicação dos chamados condomínios. São pelo menos 15 condomínios logísticos de grande porte entre a Região Metropolitana e o Vale do Sinos.
O maior deles – e também o maior da região sul do Brasil –, porém, surgiu bem antes deste fenômeno. Em 2009, quando o projeto para a BR-448, inaugurada quatro anos depois, tornou-se uma certeza, veio a missão para que um grupo de empresários em Nova Santa Rita erguesse um centro logístico para um cliente específico.
“Eram 10 mil metros quadrados em um lugar que tinha um grande potencial para crescer com a nova rodovia. Rendeu frutos e acabou crescendo naturalmente. Hoje, temos 193 mil metros quadrados instalados e dinheiro em caixa para construir mais. Dependemos somente do mercado logístico”, diz o diretor do 3SB Parque Logístico, Reginaldo Martins.
Atualmente, são 12 clientes de grande porte instalados no condomínio de Nova Santa Rita. O maior deles, a Amazon, ocupa 41 mil metros quadrados, seguido pelo Stok Center, com 35 mil metros quadrados ocupados, e as Lojas Colombo, em 30 mil metros quadrados.
“Os condomínios são o ambiente ideal para trazer um centro de distribuição para mais próximo do seu mercado consumidor e eliminar o custo de transporte, por exemplo, desde São Paulo. Claro, aqui temos uma característica muito própria de um estado que está na ponta do país. Não é negócio, por exemplo, centralizar aqui uma operação que atenda ao restante do país, mas sim, para o atendimento regional”, explica o diretor.
Foi atrás disso, e também de custos menos elevados do que em São Paulo – o metro quadrado para instalação no Rio Grande do Sul é 35% inferior – que muitas empresas aqueceram este mercado durante a pandemia. Foi um boom, que hoje não se mantém mas, segundo Martins, não representa enfraquecimento do setor, mas o afastamento de possíveis aventureiros.
É que, ao invés dos armazéns tradicionais para instalações de empresas, no caso dos centros de distribuição e condomínios logísticos, a exigência construtiva é outra. É preciso infraestrutura especial no piso, pé direito e disponibilidade para manobras na área de operação.
“Somos constantemente consultados por interessados em investir no setor, para saberem como administrar esse tipo de negócio. Porque é um investimento que atualmente precisa ser assertivo. Há poucas áreas disponíveis na Região Metropolitana com a exigência que este tipo de empreendimento tem”, aponta Reginaldo Martins.
No eixo do Vale do Sinos, tendo as rodovias BRs-116, 386 e 448 como eixos logísticos, condomínios como o Eco Parque Lourenço e Souza, em Sapucaia do Sul, estão em crescimento. Foi ali que neste ano a Mercado Livre se instalou. Já no eixo do Vale do Gravataí, com a BR-290 e ERSs-118, 030 e 020 como eixos logísticos, Cachoeirinha e Gravataí tornaram-se referências.
Foi em Cachoeirinha, por exemplo, que aquele antigo cliente da 3SB cresceu e criou o seu próprio centro logístico. Para que se tenha uma ideia, mais da metade das 68 empresas instaladas no distrito industrial do município atuam no setor de logística.
O remédio contra a GM dependência de Gravataí
Em Gravataí, principalmente a partir da duplicação da ERS-118, o incentivo aos condomínios logísticos virou uma missão de governo como uma das estratégias para diversificar a matriz econômica local, dependente da Genergal Motors (GM).
O remédio contra a GM dependência de Gravataí
Em Gravataí, principalmente a partir da duplicação da ERS-118, o incentivo aos condomínios logísticos virou uma missão de governo como uma das estratégias para diversificar a matriz econômica local, dependente da Genergal Motors (GM).
“Hoje, eu diria que ainda estamos em uma condição de evolução no cenário da logística do Estado. Temos no mínimo outros três ou quatro grandes investimentos nesta área prestes a serem anunciados”, garante o prefeito Luiz Zaffalon.
Já há pelo menos quatro grandes condomínios e centros de distribuição instalados em Gravataí. Um movimento que iniciou às margens da ERS-118 e hoje também tem espaço à beira da BR-290 (freeway).
“Nós estamos sempre em campo para a atração deste tipo de investimento, e em Gravataí, quem recebe os possíveis investidores é o prefeito e a partir daí, o caminho para a instalação é desburocratizado. Entre a negociação e a inauguração do CD das Farmácias São João, por exemplo, levou oito meses”, conta Zaffalon.
“Nós estamos sempre em campo para a atração deste tipo de investimento, e em Gravataí, quem recebe os possíveis investidores é o prefeito e a partir daí, o caminho para a instalação é desburocratizado. Entre a negociação e a inauguração do CD das Farmácias São João, por exemplo, levou oito meses”, conta Zaffalon.
Esta aproximação com os empreendedores é também uma forma do governante acelerar a busca de soluções aos gargalos na infraestrutura. Neste ano, por exemplo, Gravataí investe R$ 60 milhões nesta área, depois de outros R$ 60 milhões desembolsados no ano passado.
Entre as recentes obras estruturais na cidade estão duplicações em trechos municipalizados das ERSs 020 e 030, custeadas pelo governo municipal. Com recursos do Estado, está em obras uma nova elevada de acesso ao Distrito Industrial, na já duplicada ERS-118.
O mercado logístico na Região Metropolitana
Onde estão os principais condomínios logísticos da região:
* Nova Santa Rita
* Sapucaia do Sul
* Cachoeirinha
* Gravataí
* Canoas
* Sapucaia do Sul
* Cachoeirinha
* Gravataí
* Canoas


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