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Publicada em 01 de Agosto de 2025 às 17:54

Governo estadual quer investir na hidrovia do Jacuí para escoar produtos agrícolas

Enchente de 2024 prejudicou a navegabilidade, acumulando materiais nas eclusas instaladas no Rio Jacuí

Enchente de 2024 prejudicou a navegabilidade, acumulando materiais nas eclusas instaladas no Rio Jacuí

Divulgação Dnit/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
Embora atualmente esteja sem uso para navegação e com problemas de assoreamento ao longo do leito, a hidrovia do Jacuí é uma aposta logística do governo do Estado. Principalmente, no que diz respeito aos produtos agrícolas. Para isso, a expectativa da Secretaria de Logística e Transportes é de angariar recursos para investir no canal e sanar os problemas de assoreamento do leito, mas o projeto ainda está em fase de planejamento.
Embora atualmente esteja sem uso para navegação e com problemas de assoreamento ao longo do leito, a hidrovia do Jacuí é uma aposta logística do governo do Estado. Principalmente, no que diz respeito aos produtos agrícolas. Para isso, a expectativa da Secretaria de Logística e Transportes é de angariar recursos para investir no canal e sanar os problemas de assoreamento do leito, mas o projeto ainda está em fase de planejamento.
"Estamos discutindo agora no âmbito do Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt), desenvolvido pela Infra S.A.. Nossa pauta de negociação com o governo federal e com essa proposta é de dar ênfase ao Jacuí como um dos principais eixos de escoamento da produção. Há um crescimento da produção a granel naquela região que se estende até Uruguaiana, mas ainda estamos com dificuldade de escoamento", antecipa o secretário-adjunto da pasta, Clóvis Magalhães.
Com 225 quilômetros, a hidrovia do Jacuí é navegável entre as cidades de Cachoeira do Sul, na Região Jacuí Centro, e Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A partir daí, é possível conectar-se a outras hidrovias, como a do próprio Guaíba e a da Lagoa dos Patos, que chega ao Porto de Rio Grande. Assim, cargas agrícolas voltadas à exportação poderiam ser beneficiadas pelo melhor acesso ao terminal portuário.
"A produção agrícola, como produto, é um produto de hidrovia e de ferrovia. Não é um produto para as rodovias. Mas, neste momento, na matriz de desenvolvimento, predomina a rodovia de forma inadequada", avalia Magalhães. Os modais, acrescenta o secretário-adjunto, precisam ainda estar conectados para uma maior facilidade logística.
A calamidade causada pelas intensas chuvas e por enchentes no Estado em 2024 prejudicaram a navegabilidade. Por isso, estima-se que seja necessário investir cerca de R$ 60 milhões para a manutenção da hidrovia do Jacuí.
O problema maior está concentrado nas eclusas, conforme o representante da pasta. Essas estruturas permitem a navegação em trechos com desníveis, como próximo às barragens, e estão instaladas em diferentes cidades. Ao todo, a hidrovia em questão conta com três eclusas: a de Fandango, situada próximo a Cachoeira do Sul, a de Amarópolis, nos arredores de General Câmara, e a de Dom Marco, nas cercanias de Rio Pardo.
"No processo da calamidade houve uma acumulação de materiais, principalmente, nas eclusas, porque no leito do rio a velocidade de escoamento é intensa e limita a deposição de material, quase não deixando resíduos. Mas, nas eclusas, há uma retenção. Nossa estratégia é trabalhar na remoção desses materiais que ficam retidos pela força das águas", explica Magalhães.

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