Diante da crise dos preços desabando para os produtores de arroz, a Cooperativa Palmares, que agrega produtores da Planície Costeira Externa, entre a Região Metropolitana e o Litoral, deu um passo arrojado. Pela primeira vez na sua história, negociou a produção com o Exterior.
Na primeira negociação, foram embarcados 100 mil sacos de arroz. Mesma quantidade da segunda operação de exportação, em novembro. E para o próximo ano, diz o presidente da cooperativa, José Mathias, a intenção é chegar a até 400 mil sacos exportados.
"O cenário para o arroz gaúcho não está favorável. Além do preço baixo, temos perdido muita liquidez. A visão da cooperativa foi de vender para a exportação e, com isso, ganharmos mais liquidez, comprarmos mais arroz dos associados e, já tivemos um reflexo positivo no aumento do preço para o mercado interno", aponta José Mathias, presidente da Cooperativa Arrozeira Palmares.
A região é a sexta maior produtora de arroz no Rio Grande do Sul e, diferente de outras áreas do Estado, não sofreu com perdas de solo significativas com a cheia de 2024. Ao contrário, como aponta José Mathias, em algumas áreas o acúmulo de nutrientes levado pela inundação favoreceu a lavoura.
Conforme o Irga, Mostardas é o município com maior área plantada e produção da região. A Cooperativa Palmares conta com 173 produtores de um universo de 500 produtores na região, a partir de Palmares do Sul, que é o terceiro município maior produtor na Planície Costeira Externa. Nesta região é cultivado o arroz com denominação de origem do Litoral que, no entanto, ainda não está entre os produtos enviados ao Exterior.
"É um produto diferenciado, com terroir único que, quando cozinha, tem mais sabor, mais rendimento e fica mais soltinho. Temos trabalhado este produto com chefs de todo o Brasil, quem sabe um dia, com o mercado exportador mais maduro, conseguiremos também entrar no mercado mais exigente. O valor do arroz e feijão voltou a ser debatido. É um momento propício para o setor", avalia o presidente.
O arroz exportado é o com casca, que tem preço em torno de R$ 1 a R$ 2 mais baixo do que o comercializado localmente. No atual cenário, porém, ao negociar com as tradings exportadoras do grão, a cooperativa tem conseguido até R$ 7 por saca a mais do que no mercado brasileiro. O próximo passo, estima o dirigente, é entender o mercado e começar a venda do arroz beneficiado.
Produção de arroz:
- A Planície Costeira Externa, que contabiliza municípios das regiões Metropolitana e Litoral, é a 6ª maior região produtora no Rio Grande do Sul
Área:
Mostardas 29,9 mil hectares
Viamão 18,4 mil hectares
Palmares do Sul 13,2 mil hectares
Eldorado do Sul 11,5 mil hectares
Santo Antônio da Patrulha 11,5 mil hectares
Produção:
Mostardas 218,2 mil toneladas
Viamão 121,1 mil toneladas
Palmares do Sul 112,2 mil toneladas
Santo Antônio da Patrulha 90,1 mil toneladas
Eldorado do Sul 85,3 mil toneladas
Fonte: Irga 2024
O arroz no Litoral e Região Metropolitana
Produção de arroz:
- A Planície Costeira Externa, que contabiliza municípios das regiões Metropolitana e Litoral, é a 6ª maior região produtora no Rio Grande do Sul
Área:
Mostardas 29,9 mil hectares
Viamão 18,4 mil hectares
Palmares do Sul 13,2 mil hectares
Eldorado do Sul 11,5 mil hectares
Santo Antônio da Patrulha 11,5 mil hectares
Produção:
Mostardas 218,2 mil toneladas
Viamão 121,1 mil toneladas
Palmares do Sul 112,2 mil toneladas
Santo Antônio da Patrulha 90,1 mil toneladas
Eldorado do Sul 85,3 mil toneladas
Fonte: Irga 2024