Lideranças destacam oportunidades de desenvolvimento na Região Sul

O primeiro evento do projeto Mapa Econômico do RS em 2025 foi realizado no Palacete Pedro Osório, em Bagé, na quinta-feira, 5 de junho. Na ocasião, uma centena de lideranças políticas e empresariais locais se reuniram para debater oportunidades e desafios ao desenvolvimento econômico das Regiões Sul, Centro-Sul, Campanha e Fronteira Oeste.

"Nossa região é muito baseada na questão da agricultura, da pecuária, é muito voltada ao campo. Mas, quando o campo vai mal, a cidade também sofre as consequências. Em Bagé, temos muitas oportunidades, pessoas muito boas. Bagé tem investido bastante no turismo, algo que que traz pessoas de fora e ajuda a desenvolver as demais áreas. É muito importante para o desenvolvimento da cidade de uma forma geral."

"A importância desse evento é justamente ouvir pessoas influentes, com conhecimento mais macro de quais são as oportunidades e desafios que se pode trazer para uma região que já tem a tradição do agronegócio e buscar outras alternativas para fomentar a economia e a indústria."

"Temos aqui em Bagé algo muito importante, que é o trem que passa aqui no quintal das nossas empresas e que liga Cruz Alta ao Porto de Rio Grande. Temos que interligar mais o nosso Estado, aproveitar melhor a nossa linha férrea, desenvolver ela." 

"Há um grande tripé em nossa região que precisa se desenvolver, que é segurança, educação e saúde. E é muito importante que cada um faça sua parte. Em nosso caso, como empreendedores da área da saúde,  conseguimos colaborar muito para nossa região e população. É um desafio árduo, mas tem que ser feito."

"O maior desafio é alinhar os atores responsáveis para se engajar mais e explorar as potencialidades da nossa região. Entram aí o empresariado, o governo, tanto federal quanto estadual e municipal, e também as entidades. Nosso foco é preparar profissionais que fiquem e colaborem no desenvolvimento da região. Mas é necessário que as empresas apostem mais em nossos gestores e na área da educação. Esse é um dos maiores desafios que temos, formar professores que continuem em nossas escolas municipais e estaduais da nossa cidade. Esses egressos acabam procurando oportunidades fora de Bagé, e isso acaba atravancando nosso desenvolvimento. O curso de Medicina virá para Bagé, isso é uma realidade. Já temos condições para que os alunos fiquem atuando como médicos na região 22, que é a mancha de sete municípios da nossa região. Não adianta formarmos, para o médico sair daqui e nossa população tendo de ir aos maiores centros buscar atendimento."

"Em Bagé e na Campanha, a matriz produtiva primária é restrita a poucas áreas, poucos produtos. E isso, em momentos de crise, afeta todo o desenvolvimento econômico da região. Essa matriz produtiva poderia ser mais diversificada. O exemplo da região de Caxias do Sul, que tem uma matriz produtiva baseada na indústria, com outro perfil de desenvolvimento, em que a indústria arrasta junto outras indústrias que são fornecedores. Isso acaba formando uma cadeia e fortalecendo o desenvolvimento econômico, diminuindo  impactos negativos quando há problemas na economia. Trazendo para nossa realidade, do agro, precisamos diversificar mais essa matriz. Há iniciativas, como a olivicultura, a vitivinicultura, que ainda são tímidas, mas temos de continuar nessa busca, porque o Pampa Gaúcho tem essa aptidão. Estamos perto de um porto, a 240 quilômetros, que facilitaria nossa exportação."

"Todos os empreendimentos, além do aspecto econômico, têm um aspecto social muito importante. E a região é muito pobre. Nossa renda per capita é 50% da renda per capita da Metade Norte, usando como parâmetro a rodovia BR-290 como divisor. Então, é uma discussão que se faz muito necessária. Precisamos desse 'start', ao qual toda a Metade Sul começa a se incorporar, que é a promoção do desenvolvimento econômico e social."

"No setor cultural, o que se tem é o patrimônio histórico preservado e o patrimônio artístico humano. Quando conseguirmos entender que o progresso virá da preservação desse patrimônio, da celebração dessas bases culturais, e entender que os artistas, que o ambiente da economia criativa podem ser, sim, um caminho real para o desenvolvimento dessa região, como já tem sido, e que precisa haver políticas públicas para que isso se fortaleça. Uma cidade como a nossa, que busca modelos de desenvolvimento, pode vir da economia criativa, mas para isso precisamos entender que o patrimônio histórico é um paradigma de progresso." 

"Temos um centro histórico extremamente rico, e a Semana Farroupilha de Piratini, que ajuda cada vez mais no desenvolvimento do setor cultural e turístico. Mas Piratini está um pouco 'fora de rota'. Precisamos pensar esses setores maneira regionalizada para que se fortaleçam. Outro trabalho que estamos desenvolvendo é a agenda binacional com o Uruguai. São dois países que podem fortalecer municípios pequenos que talvez não tenham tanta potência."

"A Metade Sul do Estado tem um potencial enorme, intimamente ligado ao setor do agronegócio. Em São Gabriel, sabemos que as potencialidades que precisamos ampliar e investir estão justamente nesta área, nas agroindústrias da nossa região."

"Temos muitas oportunidades, mas sobretudo, muita necessidade de desenvolvimento, de empreendedorismo, de facilitar o ambiente de negócios, e melhorar a infraestrutura da própria cidade, e um investimento contundente em nossa maior virtude, que é o agro."

"(O Mapa Econômico) é uma grande oportunidade que temos de ouvir lideranças de vários setores da economia. Embora se tenha uma urgência muito grande, acredito bastante na região, na potencialidade dos nossos negócios. Na ASM, somos uma empresa bageense, fizemos uma opção por não sair de Bagé e diversificar nossa atuação. Somos extremamente enraizados aqui e precisamos muito que essa região se desenvolva para que nossos negócios se desenvolvam em conjunto."