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Mapa Econômico do RS

- Publicada em 30 de Junho de 2023 às 00:25

O desafio de mapear a economia do RS

Serão cinco encontros regionais para ouvir lideranças locais; o primeiro foi em Pelotas

Serão cinco encontros regionais para ouvir lideranças locais; o primeiro foi em Pelotas


TÂNIA MEINERZ/JC
O Mapa Econômico do Rio Grande do Sul é um projeto ambicioso, considerando a riqueza e a diversidade da economia do Estado. Mas também é um desafio a que nos propusemos nos 90 anos do Jornal do Comércio porque está em linha com o nosso trabalho do dia a dia.
O Mapa Econômico do Rio Grande do Sul é um projeto ambicioso, considerando a riqueza e a diversidade da economia do Estado. Mas também é um desafio a que nos propusemos nos 90 anos do Jornal do Comércio porque está em linha com o nosso trabalho do dia a dia.
Como diário de economia e negócios do Rio Grande do Sul, ao publicar matérias sobre novos negócios e empreendimentos, o Jornal do Comércio está, de certa forma, fazendo um raio-X da economia gaúcha a cada edição.
Em uma dimensão maior, ao longo do ano, publicamos conteúdos especiais sobre setores da economia gaúcha, aprofundando temas e revelando tendências.
O caráter de formulação está em apresentar informações novas ao grande público, permitindo pensar e projetar o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul.
Isso é possível através de um trabalho de jornalismo de dados, em que juntamos e analisamos informações, em alguns casos publicadas ao longo do tempo isoladamente. A partir dessa "visão da floresta", de conjunto dos dados, conseguimos trazer novas informações.
Um exemplo é a pesquisa Marcas de Quem Decide, que revela anualmente a preferência e a lembrança de marcas em 75 setores da economia gaúcha, há 25 anos. A evolução desse mapeamento de marcas permite ver as transformações no mercado ao longo do tempo.
Outro exemplo desse trabalho de dados é o nosso Anuário de Investimentos do Rio Grande do Sul. Ele começa no dia a dia, já que, em quase todas as suas edições, o Jornal do Comércio publica informações de novos empreendimentos em solo gaúcho: uma rede de varejo que abre novas unidades, uma indústria que expande a produção, uma estrada que é ampliada, um parque eólico que é instalado.
Olhando essas notícias de forma pontual, no dia, trata-se apenas de mais um dado, a iniciativa de uma empresa, de uma prefeitura, de um governo, de uma cooperativa... Evidentemente, tem seu valor para o setor e para o momento em que acontece.
Agora, quando reunimos todos os dados, todas as notícias de investimentos realizados em um determinado lugar, no nosso caso, em solo gaúcho, temos um panorama completo dos aportes feitos. E aí trazemos um indicador novo, que é a soma dos investimentos no Rio Grande do Sul anunciados ou realizados ao longo de um ano.
Em 2022, por exemplo, na quinta edição do Anuário de Investimentos do Rio Grande do Sul, mapeamos 300 aportes anunciados ou realizados no Estado, pela iniciativa privada ou pelo poder público. E identificamos a cifra total de R$ 62 bilhões de investimentos no Rio Grande do Sul.
Trata-se de um indicador, que pode ser comparado com os anos anteriores, já que o Anuário já teve cinco edições. E também pode ser analisado regionalmente - quanto cada região recebeu de investimentos. Por exemplo, desses R$ 62 bilhões, cerca de R$ 10 bilhões foram na Região Sul, na Campanha e na Fronteira Oeste do Estado. E há, ainda, uma tendência de grandes investimentos em infraestrutura, notadamente parques eólicos.
Esses casos ilustram a importância estratégica de informações e indicadores para nortear decisões e saber onde estamos e para onde vamos.
De uma certa forma, é o objetivo desse projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul. Trazer novos indicadores, tão importantes para uma visão de futuro. Identificar oportunidades e ver os desafios.
E como vamos fazer esse mapeamento? Esse projeto é pensado desde o ano passado e foi implementado no início deste ano, com entrevistas de empresários e economistas, análise de dados, consulta a relatórios de entidades empresariais e de órgãos públicos, tudo isso para fazer um mapa da economia do Rio Grande do Sul.
Além disso, faremos cinco encontros regionais para ouvir as lideranças locais dos mais diferentes setores. Dividimos o Rio Grande do Sul em cinco grandes regiões, reunidas conforme semelhanças e proximidade geográfica:
• Regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste;
• Região Centro e Vales do Taquari e Rio Pardo;
• Região Norte, Missões e Noroeste;
• Região da Serra e dos Campos de Cima da Serra;
• Região Metropolitana, Litoral, Vales do Sinos e Caí.
O primeiro evento regional ocorreu em Pelotas, em 23 de junho, quando debatemos oportunidades e desafios para o desenvolvimento econômico das regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste, ouvindo atores locais da indústria, agronegócio, varejo, infraestrutura, academia, municípios e poder público.
Nos próximos meses, serão realizados eventos em Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Caxias do Sul e Porto Alegre. As cinco edições de conteúdos especiais, com o detalhamento das cadeias produtivas e da economia dessas regiões, serão publicadas duas semanas após cada encontro.
Esse é o primeiro conteúdo especial da série, com um mapa das principais atividades das regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste. É uma área do Estado com grande potencial de desenvolvimento, tanto no agronegócio, em que já tem tradição, quanto na área de infraestrutura, notadamente com novos projetos eólicos e a possibilidade de produção de hidrogênio verde, tendo o Porto de Rio Grande como base.
Evidentemente, a economia dessas regiões é diversa e tem muitas outras potencialidades, como mostraremos ao longo desse especial.
Finalmente, cabe observar que a economia está sempre em transformação, o que permite projetar que essa edição do Mapa Econômico será a primeira de uma série, mostrando, ao longo dos anos, as mudanças nas diferentes regiões e, de forma comparativa, trazendo tendências e indicadores.
Boa leitura!