De Pelotas, especial para o Cidades
A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) inaugurou recentemente o primeiro hospital de simulação do Rio Grande do Sul. O espaço, batizado de Hospital de Simulação (HSim), foi construído com recursos próprios da instituição e representa um novo passo na qualificação do ensino da área da saúde. A estrutura, de 1,1 mil metros quadrados, reproduz o ambiente de um hospital real, com mais de dez salas equipadas, entre elas enfermarias, consultórios, unidades de terapia intensiva e centro cirúrgico.
O investimento, de aproximadamente R$ 10 milhões, consolida uma metodologia que já vinha sendo aplicada na universidade desde 2017, por meio de um laboratório menor. O objetivo é oferecer aos estudantes um ambiente controlado onde possam desenvolver habilidades técnicas e de tomada de decisão antes do contato direto com pacientes.
Segundo a coordenadora pedagógica do HSim, Ana Moraes, o novo espaço consolida a metodologia de ensino baseada em simulações, que passou a integrar a rotina de cursos como Medicina, Enfermagem e Fisioterapia. “O aluno tem a oportunidade de vivenciar, de maneira simulada e mais próxima do real, todas as atividades que o profissional de saúde experiencia quando está na sua vida profissional. Aqui ele pode treinar, errar e acertar inúmeras vezes em manequins, para desenvolver habilidades e competências com segurança”, explica.
O hospital é composto por cenários que reproduzem situações de atendimento hospitalar e ambulatorial. Neles, os estudantes participam de atividades práticas supervisionadas, desde a triagem e higienização das mãos até o manejo de equipamentos e a realização de procedimentos clínicos e de emergência. A proposta busca aproximar o ambiente de ensino da realidade enfrentada por profissionais da saúde, estimulando o trabalho em equipe, o controle emocional e a gestão do tempo em situações de pressão.
Para a diretora do Centro de Ciências da Saúde da UCPel, Patrícia Guerreiro, a estrutura reforça o compromisso da universidade com a qualidade do ensino e com a segurança do paciente. “A simulação é uma prática que permite ao aluno aprender com segurança, em um ambiente controlado. Esse é o momento em que ele pode praticar, compreender e consolidar o conteúdo teórico antes de atuar na assistência real. A segurança do paciente é o objetivo final de toda formação”, afirma.
Além de atender os estudantes, o hospital de simulação também está disponível para treinamentos e capacitações de profissionais da saúde de toda a região Sul, além de servir como espaço para testes de novos equipamentos e técnicas. “É um ambiente que qualifica não apenas o ensino, mas também a assistência aos pacientes, ao formar profissionais mais preparados”, completa Patrícia.
A estrutura, de 1,1 mil metros quadrados, reproduz o ambiente de um hospital real
Patrícia Porciúncula/Especial/Cidades
A estudante de Medicina Bruna Melo, natural de Cachoeira do Sul, destaca a importância da estrutura para o aprendizado prático. “Aqui a gente tem muitos equipamentos e materiais disponíveis para treinar nos manequins de simulação antes de chegar aos pacientes. Isso nos permite repetir várias vezes os procedimentos até alcançar o nível ideal de execução”, conta.
As atividades no hospital de simulação são conduzidas por professores da UCPel, que têm à disposição um espaço projetado para integrar teoria e prática. Segundo Ana Moraes, o modelo de ensino amplia também as possibilidades metodológicas dos docentes. “O professor pode usar a criatividade para criar cenários baseados em situações reais, permitindo que os alunos conheçam diferentes abordagens e desenvolvam autonomia e senso crítico”, explica.