Porto Alegre,

Publicada em 31 de Outubro de 2025 às 14:51

Bento Gonçalves mobiliza operação de vulto para maior degustação de vinhos do mundo

Foram servidos 960 litros, volume equivalente a 1.260 garrafas, em um serviço com mais de 100 participantes na Serra

Foram servidos 960 litros, volume equivalente a 1.260 garrafas, em um serviço com mais de 100 participantes na Serra

Jeferson Soldi/Divulgação/Cidades
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
Uma operação logística de grandes proporções foi necessária em Bento Gonçalves para a realização da 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025. O evento, considerado o maior do mundo em número de amostras e público, reuniu cerca de 800 pessoas no Parque de Eventos da capital brasileira do vinho, que vieram de diversas partes do país e até do exterior para degustar simultaneamente as 16 variedades de vinhos mais representativas da safra brasileira deste ano.
Uma operação logística de grandes proporções foi necessária em Bento Gonçalves para a realização da 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025. O evento, considerado o maior do mundo em número de amostras e público, reuniu cerca de 800 pessoas no Parque de Eventos da capital brasileira do vinho, que vieram de diversas partes do país e até do exterior para degustar simultaneamente as 16 variedades de vinhos mais representativas da safra brasileira deste ano.
Foram servidos 960 litros de vinho, volume equivalente a 1.260 garrafas, em uma dinâmica que envolveu mais de 100 estudantes de viticultura e enologia tanto da própria Serra quanto de regiões produtoras como a Campanha, os Campos de Cima da Serra e a Serra Catarinense. Eles ficaram responsáveis pelo serviço de vinhos, que se distribuiu entre dezenas de fileiras de degustadores para que as bebidas pudessem ser avaliadas simultaneamente por todos os participantes.
 
 
 
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Criada em 1993, com 42 amostras de 18 vinícolas da Serra Gaúcha, a avaliação se ampliou e ultrapassou as fronteiras regionais e estaduais, chegando à sua 33ª edição, no último sábado (25) com a inscrição de 533 amostras de 76 vinícolas, vindas de nove estados brasileiros.
Operação de grandes proporções foi realizada para garantir que todos os participantes pudessem realizar a degustação ao mesmo tempo | Jeferson Soldi/Divulgação/Cidades
Operação de grandes proporções foi realizada para garantir que todos os participantes pudessem realizar a degustação ao mesmo tempo Jeferson Soldi/Divulgação/Cidades
O crescimento do evento acompanha a expansão do setor no Brasil. Pela primeira vez, três das 16 amostras mais representativas são de fora do Estado, provenientes de São Paulo e do Distrito Federal.
Ainda assim, a Serra não perdeu o protagonismo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Mário Lucas Ieggli, o evento reafirma o papel da região na difusão do conhecimento técnico e na consolidação do vinho nacional. “Aqui nascem tendências para o vinho, mas também exportamos bastante o conhecimento técnico, seja ele na enologia ou na viticultura”, afirmou.
Para o enólogo e fundador da Vinícola Don Laurindo, Ademir Brandelli, laureado com o prêmio Vitis Enológico, a Serra mantém sua identidade e pioneirismo. “Aqui é onde se enraizou, se começou. Está no nosso sangue, circula no nosso sangue uva, vinho, e o amor pelo que a gente faz”, salientou. Segundo Brandelli, a tradição e a história da vitivinicultura serrana continuam sendo elementos essenciais da qualidade e da credibilidade do vinho brasileiro.
A pluralidade de terroirs e a diversidade de castas foram destaques da edição. Entre as 16 selecionadas, estão variedades como pinot noir, chardonnay, riesling, sauvignon blanc, cabernet franc, merlot, tannat, entre outras, refletindo a amplitude e a versatilidade da vitivinicultura brasileira. A média de pontuação das amostras, atribuída por 90 enólogos em degustação às cegas, variou entre 90 e 95 pontos.
Participantes fizeram degustação simultânea e avaliaram vinhos de diferentes variedades | Jeferson Soldi/Divulgação/Cidades
Participantes fizeram degustação simultânea e avaliaram vinhos de diferentes variedades Jeferson Soldi/Divulgação/Cidades
Entre os vinhos selecionados, figuram representantes de regiões tradicionais, como a Serra e a Campanha Gaúcha, e de novas fronteiras, como o Distrito Federal e o município paulista de São Roque. A ampliação geográfica da produção mostra, de acordo com a ABE, o amadurecimento técnico das vinícolas e o fortalecimento do vinho brasileiro em diferentes condições climáticas e de solo.
A diversidade também esteve presente no painel de comentaristas, que reuniu profissionais do Brasil, África do Sul, Chile, Espanha, Itália, México, Portugal e Uruguai, reforçando o caráter internacional do evento e o intercâmbio técnico-cultural em torno do vinho nacional.

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