Porto Alegre,

Publicada em 08 de Setembro de 2025 às 14:21

Festival de Folclore movimentou R$ 6 milhões em Nova Prata

Grupos de 10 países estiveram na cidade da Serra Gaúcha para apresentações e competições de dança

Grupos de 10 países estiveram na cidade da Serra Gaúcha para apresentações e competições de dança

/Fabiane Marchesini/Divulgação/Cidades
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
A 21ª edição do Festival Internacional de Folclore de Nova Prata terminou neste domingo (7), consolidando um público que superou 20 mil pessoas entre visitantes, turistas e integrantes de delegações estrangeiras. A movimentação econômica, de acordo com o balanço do evento, chegou a R$ 6 milhões, com impacto direto em hotéis, restaurantes, comércio e serviços ligados ao turismo.
A 21ª edição do Festival Internacional de Folclore de Nova Prata terminou neste domingo (7), consolidando um público que superou 20 mil pessoas entre visitantes, turistas e integrantes de delegações estrangeiras. A movimentação econômica, de acordo com o balanço do evento, chegou a R$ 6 milhões, com impacto direto em hotéis, restaurantes, comércio e serviços ligados ao turismo.
De 3 a 7 de setembro, o evento reuniu 10 países – Itália, Croácia, China, Equador, Eslováquia, Chile, França, Rússia, Uruguai e Brasil – em apresentações que aconteceram no Ginásio Alcides Tarasconi, e também nas ruas, feiras e palcos da cidade. Além do público presencial, mais de 250 mil pessoas acompanharam os espetáculos pelas transmissões ao vivo no YouTube e em redes sociais.
 
 
 
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O ponto alto do evento foi o Campeonato Mundial de Danças da Fidaf, entidade internacional que agrega festivais de dança. A competição é a única do gênero sediada nas Américas. A disputa avaliou técnica, figurino, coreografia, harmonia e impacto artístico. O grupo da Rússia conquistou o título de campeão, seguido por Equador e França. Já o Prêmio do Público, escolhido por meio de votação online de 7,5 mil espectadores, ficou com o grupo do Chile.
Para o presidente do festival, Cleverton Toscan, os números confirmam a importância do evento não apenas para Nova Prata, mas para toda a região. “Hoje o festival abrange hotéis, gastronomia e turismo em toda a região. Estamos recebendo grupos de nove países, mais o Brasil. É o nosso maior festival até hoje e a cada edição o nível aumenta. A cidade entendeu que o turismo é essencial e o festival movimenta Nova Prata por pelo menos um mês inteiro”, afirmou.
Toscan destacou ainda o reconhecimento internacional e a hospitalidade da comunidade. “Conversando com a delegação da Itália, perguntei em quantos países eles já haviam se apresentado. A resposta foi que aqui em Nova Prata está sendo a experiência mais especial, pelo modo como são recebidos. Disseram que se sentiram pessoas importantes. Isso mostra a força do nosso festival”, pontuou.
O diretor artístico Marcelo Nedeff ressaltou o papel transformador do festival na identidade cultural de Nova Prata. “Este festival transformou nossa cidade na ‘cidade da cultura’. Hoje somos referência no calendário oficial do Estado e também nacional. O evento se consolidou como um espaço de alegria e colorido, onde dança, música, artesanato e gastronomia se encontram. Cada edição é uma estratégia de manutenção e crescimento, como vimos agora com a criação da competição de duetos, que abre espaço para mais países”, explicou.
Nedeff lembrou que a preparação é contínua. “Acaba uma edição, descansamos 15 dias e já começamos a trabalhar na próxima. São 21 anos de história e agora é um caminho sem volta”, celebrou.
A cerimônia de abertura trouxe o espetáculo “O verdadeiro amor nunca morre”, encenado pelo Bailado Gaúcho e membros da comunidade, narrando a saga da imigração italiana no Rio Grande do Sul. A edição deste ano homenageou os 150 anos da imigração italiana, reforçando vínculos entre tradição e contemporaneidade.
Mais de 400 bailarinos, além de 300 voluntários e 80 coordenadores, trabalharam na realização do evento. A programação paralela incluiu feira do livro, artesanato, agroindústria, gastronomia e comércio, ampliando a participação da comunidade e turistas.
O festival, eleito quatro vezes como o melhor do mundo na modalidade, foi reconhecido em 2023 como Festival Honorário da Fidaf. Também é considerado pela Associação de Turismo da Serra Nordeste (Atuaserra) como o maior evento cultural da Região Uva e Vinho.
O festival já tem data marcada para a próxima edição: de 9 a 13 de setembro de 2026, novamente em Nova Prata.

Competição de duetos estreia no festival com vitória do Equador

Estrangeiros reforçaram o acolhimento que tiveram por parte do povo gaúcho

Estrangeiros reforçaram o acolhimento que tiveram por parte do povo gaúcho

/Fabiane Marchesini/Divulgação/Cidades
Uma das novidades da 21ª edição do Festival Internacional de Folclore de Nova Prata foi a estreia da Competição de Pares e Duetos, realizada no sábado (6) em palco montado na Praça da Bandeira, local que sedia a feira gastronômica do festival. A iniciativa buscou ampliar as possibilidades de participação de países que, muitas vezes, não conseguem trazer grupos completos por conta dos custos.
Na categoria internacional, o primeiro título ficou com o Equador, seguido pela França. Entre os grupos locais, o campeão foi o grupo Kalina da Braspol, que exalta o folclore dos imigrantes poloneses no Brasil. Em segundo lugar, ficou o CTG Retorno à Querência.
Para o diretor artístico Marcelo Nedeff, a nova categoria é uma forma de garantir sustentabilidade ao evento. “As passagens estão cada vez mais caras, e trazer grupos inteiros se torna difícil. Com duetos, ampliamos o leque de países e mantemos o nível artístico do festival”, explicou.
A equatoriana Adele Pesantez, integrante do grupo que venceu a competição de duetos e ficou em segundo lugar na competição principal, destacou a recepção calorosa em Nova Prata. “Me senti muito amada. Fiquei surpresa com tantas pessoas que apreciam arte e cultura. Foi gratificante viajar, dançar e aprender com outras culturas. Estou encantada e grata”, afirmou.
Já o francês Loïc Boussemart, do Ballet de Savoie, ressaltou o clima de integração. “Mesmo em um contexto de competição, encontramos aqui uma atmosfera muito boa entre os grupos, o que nem sempre acontece. É enriquecedor viver essa diversidade cultural e criar amizades, mesmo com a barreira do idioma.”
A jurada húngara Andrea Vincze destacou que o festival reforçou a missão de preservar a cultura tradicional de diferentes povos, mas também inovar em linguagens e abordagens. “Sem raízes, não conseguimos nos manter no mundo. Os festivais devem proteger o patrimônio popular, mas também adaptá-lo ao século XXI. A competição incentiva os grupos a se tornarem cada vez melhores, unindo tradição e inovação.”
Com a estreia bem-sucedida, a expectativa é que a competição de duetos se torne parte permanente do festival, fortalecendo a diversidade de culturas e ampliando a participação internacional nas próximas edições do evento.

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