Porto Alegre,

Publicada em 03 de Setembro de 2025 às 18:59

Agroindústrias estreantes na Expointer apostam em produtos diferenciados

De São Francisco de Paula, receitas com ruibarbo, planta originária da Euorpa, estão presentes em itens da Fazenda da Cria

De São Francisco de Paula, receitas com ruibarbo, planta originária da Euorpa, estão presentes em itens da Fazenda da Cria

/Larissa Britto/Cidades
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Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
A 48ª edição da Expointer, que ocorre no Parque Assis Brasil, em Esteio, recebe ao menos 71 novos empreendimentos de todo o Estado para expor diversos produtos no Pavilhão da Agricultura Familiar. Os produtos vão desde alimentos a artesanatos, e algumas iguarias chamam a atenção pelas suas receitas incomuns. O Jornal Cidades foi até a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina para conhecer três produtores que expõem seus produtos pela primeira vez. 
A 48ª edição da Expointer, que ocorre no Parque Assis Brasil, em Esteio, recebe ao menos 71 novos empreendimentos de todo o Estado para expor diversos produtos no Pavilhão da Agricultura Familiar. Os produtos vão desde alimentos a artesanatos, e algumas iguarias chamam a atenção pelas suas receitas incomuns. O Jornal Cidades foi até a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina para conhecer três produtores que expõem seus produtos pela primeira vez. 
Vinda diretamente de São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, a agroindústria Fazenda da Cria foi fundada em 1990 pelo agricultor Sadi Müller. Segundo seu neto, Gabriel Müller, que administra o negócio da família, a agroindústria é a primeira produtora de alho poró da Região Sul do Brasil e atualmente é considerada a primeira produtora em larga escala de ruibarbo do País, com cerca de 35 mil plantações. "A importância de vender nossos produtos pela primeira vez aqui (na Expointer) é gigante. É bacana ver o pessoal querendo conhecer bastante. É uma planta que muita gente ainda não conhece", diz Gabriel.
O ruibarbo é uma planta originária do norte da Europa e utilizada para fins medicinais, visto que possui propriedades estimulantes e digestivas. Gabriel conta que a planta chegou ao conhecimento de sua família há décadas através de uma vizinha, nascida na Alemanha. "Ela sempre servia a sua torta de ruibarbo, que era uma receita trazida pela família dela. A vizinha mantinha a receita e a planta com exclusividade, não dividia com ninguém. Quando foi morar em um lar de idosos, chamou a minha avó Clarice, que era da agricultura, e disse 'pra ti vou dar a muda e a receita'", conta. 
Em 1998, porém, a plantação foi destruída após a casa onde vivia a família de Gabriel ser desmanchada. Somente 20 anos depois, em 2018, encontraram novamente sementes da planta à venda em uma loja de Porto Alegre.
As principais receitas vendidas à base da planta são bebidas, medicamentos, cosméticos e diversas opções gastronômicas, mas no evento a família vende pães, cucas, tortas, bolachas, compotas, conservas e geleias. Os preços dos produtos à base de ruibarbo variam entre R$ 10 e R$ 20, disponíveis na banca 119, no pavilhão da Agricultura Familiar.

Geleias de figo e de goiaba são o destaque de empresa de Roca Sales

Empresa Lá do Sítio Produtos Artesanais é especializada em doces de frutas

Empresa Lá do Sítio Produtos Artesanais é especializada em doces de frutas

/Larissa Britto/Cidades
A agroindústria Lá do Sítio Produtos Artesanais, vinda de Roca Sales, no Vale do Taquari, também participa pela primeira vez do evento, vendendo doces e geleias à base de figo e goiaba na banca 82. O empreendimento iniciou em 2019, quando os pais de Luisa Brugalli, proprietária da agroindústria, adquiriram um sítio no município roca-salense.
"No sítio tinham muitas frutas. Na safra tinha bastante goiaba e figo e não sabíamos o que fazer com tantas frutas. Então, a minha mãe começou a produzir doces e a gente presenteava nossos amigos e conhecidos. Toda vez que entregávamos um potinho de doce, dizíamos que era lá do nosso sítio. A partir daí, as pessoas queriam comprar o nosso produto", conta.
Apesar de ser fundada em Roca Sales, os produtos são vendidos em Garibaldi, na Serra Gaúcha, onde a família mora. "Como são receitas tradicionais, é uma coisa muito típica das nossas avós. Quando a gente começou a produzir, também era um momento de reunir a família e passar o dia no sítio de lazer", ressalta Luisa.
Para manter as geleias frescas durante o ano, Luisa conta que após a safra, que ocorre entre os meses de fevereiro e março, ambas as espécies de frutas são congeladas cruas em câmara fria e, depois, são cozidas com o açúcar para se tornar doce. Atualmente, a agroindústria produz 20 produtos, entre geleias, molhos de tomate e pesto e doces em calda. Os preços dos produtos à base de figo e goiaba variam entre R$ 20 e R$ 30.
"A sensação de estar na Expointer é de muito orgulho pelo caminho que nós trilhamos e por ter chegado até aqui. Foi um final de semana movimentado, com muito retorno, não só de vendas daqui, mas também de contatos com o pessoal de revendas. Então são vendas que com certeza vão se estender ao longo do ano", diz.

Salame com pinhão ganha o público e vira sucesso de vendas em estande de Guaporé

Don Cutello Charcutaria lançou o produto este ano, durante a feira

Don Cutello Charcutaria lançou o produto este ano, durante a feira

/Larissa Britto/Cidades
Lado a lado na banca 446, estão os produtores Patricia Cavasin e seu pai, Sergio Brezolin, da Don Cutello Charcutaria, vindos de Guaporé, na Serra. A agroindústria surgiu em 2020, no início da pandemia, e estreou na Expointer com o salame com pinhão, uma invenção que surgiu este ano.
A empresa familiar foi criada por Patricia, que explorou a charcutaria após sua insatisfação com as copas (carne feita a partir do corte de carne suína, a sobrepaleta) vendidas na cidade. "Participar pela primeira vez da Expointer está sendo uma satisfação imensa, porque nós trouxemos uma novidade e o público adorou. Sentir todo esse carinho é uma satisfação, porque é um reconhecimento", conta Patricia.
Para as amigas Maria Luiza Dapper, Ingrid Elert e Paula de Vargas, que vieram de Canoas, na Região Metropolitana, para o evento, o produto guaporense está aprovado. “Viemos conhecer essa novidade porque vimos na televisão e achamos o máximo. É bem coisa nossa, do gaúcho”, diz Maria Luiza.
Além do salame com pinhão, Don Cutello produz salames tradicionais, lombo, copa, culatello, costela defumada e bacon e o preço do quilo dos produtos varia de R$ 60 a R$ 100.

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