O município de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, deve experimentar um crescimento anual de 10% a 15% na chamada "economia prateada" - comércio e serviços para as pessoas com idade igual ou superior a 50 anos.
Em 2023, o setor movimentou, na cidade, um fluxo de R$ 744 milhões, de acordo com o Observatório Econômico do Sindilojas Gravataí. O valor representa um crescimento de 164,8% na última década. No Brasil, o consumo desse público movimenta cerca de R$ 2 trilhões por ano, segundo estimativas do Sebrae.
Gravataí tem 265 mil habitantes, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa do Sindilojas aponta, também, que o o número de aposentados em Gravataí chegou a 29 mil habitantes em 2023, um aumento de 39% em relação a 2013. Desse montante, 12,9 mil se aposentaram por tempo de contribuição, 10,7 mil por idade, e 5,3 mil por invalidez.
"Com o envelhecimento da população que ocorre em todo o Estado, há a tendência de desenvolvimento nesta área. E Gravataí é um dos protagonistas da economia prateada, com a estimativa de crescimento de 10% a 15%", aponta o presidente da Sindilojas, José Rosa. No RS, há mais de dois milhões de pessoas com 60 anos ou mais. O Estado é o líder no percentual de pessoas mais velhas no Brasil.
No comércio e na prestação de serviços, as maiores demandas são voltados ao bem-estar, saúde, lazer, tecnologia, educação e turismo. Junto a isso, aproximadamente 41% dos idosos brasileiros gastam com produtos de desejo, e 66% priorizam a qualidade de vida, abrindo novas frentes de negócios, conforme os estudos do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
"Cada empreendimento tem que se adaptar para a terceira idade. O lojista não pode perder esse público", alerta o presidente do Sindilojas. Por causa disso, além da qualidade do produto, pontos como bom atendimento e a facilitação na mobilidade devem ser implementados pelos estabelecimentos comerciais. "Nosso centro é todo preparado com piso tátil. E promovemos nas lojas a qualificação para um bom atendimento a essa faixa etária que está cada mais está ativa na sociedade", relata.
José Rosa acrescenta que o público da economia prateada é diversificado e, por isso, o comércio deve estar atento às diversas demandas desse setor. "Cada pessoa tem a sua particularidade e entender suas necessidades nos permite desenvolver soluções que melhorem sua qualidade de vida e, ao mesmo tempo, impulsionem o desenvolvimento econômico da cidade", comenta.