O segmento de bens duráveis, como móveis, costuma passar por oscilações naturais de acordo com o comportamento do mercado. No polo moveleiro de Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, os números mostram que o momento é de retomada. Mesmo com adversidades climáticas, as cerca de 300 indústrias localizadas na região registraram desempenho positivo no primeiro semestre deste ano.
Conforme apuração do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) junto à Secretaria da Fazenda, o faturamento nominal das empresas que compõem o polo ficou acima dos R$ 6.14 bilhões entre janeiro e junho deste ano, o que representa 9,3% maior no comparativo com igual período do ano anterior.
"A catástrofe climática ocorrida no segundo trimestre não causou impactos estruturais significativos à grande maioria das indústrias do polo moveleiro de Bento, mas trouxe preocupações como logística, fornecimento de matérias-primas e até mesmo de consumo, que ficou estagnado em um primeiro momento e depois teve aumento de demanda", explica a presidente do Sindmóveis, Gisele Dalla Costa. "É importante destacar que estamos falando de um crescimento nominal, ou seja, não significa que todas as empresas lucraram mais, pois o volume de vendas, os custos e as margens de lucro variam de indústria para indústria", completa.
Para atender às demandas do mercado, as indústrias moveleiras de Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza - cidades que compõem o polo - contrataram mais. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram saldo positivo no primeiro semestre de 2024. Foram contratados 63 profissionais, totalizando 6.459 vagas ocupadas.
A exportação é um dos pontos fortes do polo moveleiro de Bento Gonçalves, de acordo com o sindicato do setor na Serra gaúcha. Os móveis produzidos na região foram vendidos para 44 países durante o período, totalizando mais de US$ 29,3 milhões em transações com o mercado internacional (cerca de 22% a mais em relação ao registrado de janeiro a junho de 2023). Destaque para Estados Unidos, Uruguai, Chile, México e Peru, que, juntos representam cerca de dois terços do total comercializado de móveis e simulares que são negociados com o exterior.