A definição do local para sediar um autódromo na Serra gaúcha será anunciado no primeiro semestre deste ano, conforme o idealizador do projeto, o ex-piloto Rodrigo Stehling. Apesar do empresário não querer apontar quais municípios estão na disputa, ele informou que são cinco cidades as candidatas a receberem o empreendimento.
Após a definição do local exato, a expectativa para o início das obras ocorra no segundo semestre de 2025, conforme o planejamento. A área para o complexo terá 1 mil hectares no mínimo. Com previsão de investimento de R$ 3 bilhões, no local, serão construídos condomínio residencial, hotel, centro empresarial, centro de compras, museu, parques e restaurantes temáticos e áreas para eventos e práticas de esportes como golfe.
Em 2023, o projeto foi apresentado pelo empresário Rodrigo Stehling a diversas autoridades como o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário estadual de Turismo, Vilson Covatti, o secretário-executivo da Casa Civil, Paulo Pereira, e o diretor-geral Adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. Também, no ano passado, foram feitas reuniões com o executivo de Caxias do Sul, São Francisco de Paula e Canela, o que indica que essas cidades estão na disputa pelo autódromo.
Os fatores para a escolha definitiva do local são, entre eles, os valores do terreno e a existência de um aeroporto próximo, segundo Stehling. A intenção do ex-piloto é que o local, no futuro, sedie uma prova de Fórmula 1 - atualmente, no Brasil, apenas o circuito de Interlagos, em São Paulo, é habilitado. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), empresa que coordena a categoria, exige aeroportos nas proximidades do autódromo. Em maio, Rodrigo esteve em Caxias do Sul para buscar informações sobre a construção do aeroporto em Vila Oliva, que poderia ser utilizado como trunfo para a instalação do autódromo na região da Serra.
A temática do transporte aéreo está entre os desafios para a execução do empreendimento bilionário na Serra Gaúcha. Ele aponta, também, o tempo perdido no modal rodoviário. "É extremamente importante ter um acesso aeroviário direto para região. Há uma dificuldade de acesso à região, porque você tem que enfrentar pelo menos duas horas de estradas", analisa.
Além disso, para ganhar a "corrida" pelo empreendimento, o empresário afirma que a prefeitura deverá apresentar um planejamento a longo prazo, no mínimo 30 anos, para os investidores do projeto. "A cidade que abrigará o projeto terá que ter um plano para o desenvolvimento sustentável da região com aspectos ambientais, sociais, como infraestrutura e ações de mitigação de problemas oriundos das mudanças climáticas", afirma
Outro fator que ajudou na escolha do solo gaúcho para receber o investimento é o potente mercado que estado possui na modalidade. "O Rio Grande do Sul e é o segundo estado em atividade no automobilismo do Brasil, só perdendo para São Paulo. E fica no epicentro do mercado automobilístico da América do Sul que é muito praticado no centro sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai", comenta. Rodrigo entende, também, que a região da Serra tem uma boa estrutura, uma oferta qualitativa e quantitativa de equipamentos turísticos, além de rede hoteleira e gastronomia que podem, na visão dele, ganhar maior notoriedade com a presença de um autódromo.