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Publicada em 17 de Fevereiro de 2025 às 10:33

Ufpel terá R$ 10 milhões a menos que o necessário para 2025, afirma reitora

Ursula Silva, reitora da Universidade Federal de Pelotas

Ursula Silva, reitora da Universidade Federal de Pelotas

Gabriel Fritsch/Especial/JC
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Gabriel Fritsch Repórter
Em seus primeiros dias à frente da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), a reitora Ursula Silva identificou que um dos principais desafios de sua gestão será o orçamento da instituição para 2025. Previsto em R$ 93 milhões, segundo a reitora o valor é R$ 10 milhões abaixo do necessário para cobrir despesas básicas e ampliar políticas de apoio aos estudantes. A nova reitora, que assumiu o cargo em 10 de janeiro, destacou ainda que a universidade enfrenta um déficit de R$ 5 milhões para 2024, que Ursula atribui cortes e falta de investimentos em infraestrutura e custeio.
Em seus primeiros dias à frente da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), a reitora Ursula Silva identificou que um dos principais desafios de sua gestão será o orçamento da instituição para 2025. Previsto em R$ 93 milhões, segundo a reitora o valor é R$ 10 milhões abaixo do necessário para cobrir despesas básicas e ampliar políticas de apoio aos estudantes. A nova reitora, que assumiu o cargo em 10 de janeiro, destacou ainda que a universidade enfrenta um déficit de R$ 5 milhões para 2024, que Ursula atribui cortes e falta de investimentos em infraestrutura e custeio.
 
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Ursula falou sobre os planos para enfrentar esse cenário, além de detalhar as prioridades de sua gestão, que incluem melhorias no transporte, obras de infraestrutura, ações afirmativas e a busca por recursos alternativos. A reitora também ressaltou a importância de projetos como o PAC das Universidades, que trará R$ 280 milhões em investimentos para a Ufpel, mas alertou que a recomposição orçamentária é essencial para garantir a manutenção e o crescimento da instituição. Confira abaixo a íntegra da entrevista.
Jornal do Comércio - Que balanço faz desse primeiro mês à frente da reitoria?
Ursula Silva - A posse foi no dia 10 de janeiro, e efetivamente começamos nosso trabalho no dia 13, na segunda-feira. Imediatamente, começamos a fazer uma circulação entre os campi, começando pelo Capão do Leão, para diminuir a distância geográfica e promover um diálogo mais próximo. Também realizamos uma pequena reforma no restaurante universitário durante o recesso, para receber melhor os estudantes no retorno às aulas. Além disso, fizemos uma força-tarefa para melhorar o transporte, que é uma demanda crucial para a permanência dos estudantes.
JC - Que principais demandas foram mapeadas para os primeiros meses de gestão?
Ursula - Já temos alguns desafios mapeados, como a necessidade de pequenas obras de infraestrutura. A questão do transporte também é urgente. Montamos um grupo de trabalho em dezembro para avaliar a frota de ônibus, que está no limite, após oito anos sem novos investimentos. Outra demanda é a criação de um aplicativo para os estudantes, que vai facilitar o acesso a informações acadêmicas, transporte e eventos culturais na cidade.
JC - Quais são as obras de infraestrutura previstas?
Ursula - Temos R$ 280 milhões previstos pelo PAC das Universidades. Esses recursos serão investidos em obras como o Hospital Veterinário no Capão do Leão, a Clínica Horizontal da Odontologia no Fragata, a Piscina da Esef e a construção de dois novos blocos para o Hospital Escola. Essas obras vão gerar empregos e impactar positivamente a região, especialmente o Hospital Escola, que atende 21 municípios.
JC - E quanto a ações afirmativas e de inclusão?
Ursula Silva - Criamos uma nova pró-reitoria, a Proaf, focada em ações afirmativas e equidade. Queremos capacitar nossos professores e técnicos para melhor acolher estudantes indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e autistas. Também estamos ampliando políticas de permanência, como apoio à saúde mental e programas para mães estudantes, para que elas possam concluir seus cursos.
JC - Quais são os maiores desafios econômicos da gestão?
Ursula Silva - Já estamos com um déficit de R$ 5 milhões para este ano. A previsão orçamentária para 2025 é de R$ 93 milhões, mas precisaríamos de R$ 103 milhões para cobrir nossas necessidades básicas e ampliar políticas, como as de bolsas. Estamos abaixo do necessário e dependemos de uma recomposição orçamentária que ainda não foi totalmente garantida. O governo federal enfrenta dificuldades para recompor os recursos, mas estamos buscando alternativas, como editais e parcerias.
JC – O que está sendo feito na área de segurança dentro da universidade?
Ursula - Temos vigias e uma equipe de segurança motorizada que circula entre os campi. Também estamos em diálogo com a prefeitura para melhorar a iluminação pública e garantir maior segurança no entorno da universidade. A segurança é uma preocupação constante, e estamos trabalhando em conjunto com a Brigada Militar e a Guarda Municipal para garantir um ambiente seguro para todos.
JC - Quais são as expectativas para o futuro da Ufpel?
Ursula - Queremos avançar em áreas como internacionalização, inovação e sustentabilidade. Estamos trabalhando para criar um centro interdisciplinar de pós-graduação no Capão do Leão e um centro de convivência no ângulo, com auditório e espaços multiuso. Apesar dos desafios, estamos buscando alternativas para garantir o crescimento e a qualidade da nossa universidade. Nosso planejamento está focado em melhorar a infraestrutura, ampliar as políticas de inclusão e buscar recursos para garantir a sustentabilidade da Ufpel. Estamos comprometidos com o diálogo e com a construção de uma universidade cada vez mais forte e conectada com as necessidades da sociedade.

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