A Argentina anunciou nesta quinta-feira (23) a substituição do ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, por Pablo Quirino, atual secretário de Finanças e integrante do núcleo econômico do governo do presidente Javier Milei. Werthein apresentou sua renúncia na quarta-feira que, será efetivada a partir da próxima segunda-feira, dia seguinte às eleições legislativas.
O texto destaca que Milei agradeceu ao chanceler por ter sido "parte instrumental, junto ao Ministério da Economia e à embaixada argentina em Washington, do maior acordo bilateral da história de nosso país com os Estados Unidos".
Quirino, descrito como "peça fundamental da construção do milagre argentino", assumirá o comando da política externa com a missão de "aprofundar o vínculo entre a chancelaria e o Ministério da Economia" e reforçar "a visão pró-mercado da gestão de cara à segunda etapa do governo".
A nota informa ainda que o novo ministro colocará foco em "abrir a Argentina ao mundo", firmando acordos comerciais para fortalecer a inserção de produtores locais em mercados internacionais. O gabinete de Milei afirma que Quirino continuará "construindo alianças internacionais".
O governo de Milei enfrentará um teste de popularidade nas eleições legislativas que ocorrem neste domingo. Uma derrota de seu partido pode aumentar incertezas sobre a adoção de reformas econômicas que o presidente ainda quer aprovar para o país. Além de Werthein, o ministro da Justiça argentino, Mariano Cúneo Libarona, deixará o cargo na próxima semana.
Quirno, por sua vez, será o terceiro chanceler em dois anos de governo. A primeira a ocupar o posto foi Daiana Mondino, que acabou demitida após atritos com Milei. Werthein, por sua vez, também sofreu processo de fritura. Milei e sua equipe esperavam que o encontro com Donald Trump, realizado na semana passada na Casa Branca, impulsionasse a campanha do governo nas eleições.
A reunião era vista como uma forma de reverter o impacto negativo de escândalo que levou à renúncia de um dos principais candidatos do bloco governista, José Luis Espert. O resultado, porém, foi distante do esperado. Durante o encontro, o presidente norte-americano disse que, caso a oposição a Milei vença o pleito, os EUA deixariam de apoiar a Argentina. A fala provocou constrangimento e reforçou as críticas de aliados e apoiadores do presidente a Werthein, ex-embaixador em Washington.