O enviado especial Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do presidente dos EUA, Donald Trump, chegaram a Israel nesta segunda-feira (20) para reforçar o frágil cessar-fogo que está em vigor em Gaza, um dia após o acordo enfrentar sua primeira grande escalada, com o governo israelense ameaçando interromper as transferências de ajuda após afirmar que militantes do Hamas mataram dois soldados.
A Embaixada dos EUA informou que os dois enviados pousaram em Tel Aviv. O exército israelense disse posteriormente que retomou a aplicação do cessar-fogo. Um oficial, por sua vez, afirmou que as entregas de ajuda seriam retomadas nesta segunda. No início da tarde (pelo horário local), ainda não estava claro se o fluxo de ajuda havia sido reiniciado.
Mais de uma semana se passou desde o início da trégua proposta pelos EUA, que visa encerrar dois anos de guerra. No domingo (19), Trump disse a repórteres, a bordo do Air Force One, que o Hamas tem sido "bastante turbulento" e "tem feito alguns disparos". Ele também sugeriu que a violência poderia ser culpa de "rebeldes" dentro da organização, e não de sua liderança.
Desde o início do cessar-fogo, as forças de segurança do Hamas retornaram às ruas em Gaza, confrontando grupos armados e matando supostos gângsteres, em uma iniciativa que o grupo militante diz ser uma tentativa de restaurar a lei e a ordem em áreas de onde as tropas israelenses se retiraram.
No domingo, o exército de Israel disse que militantes dispararam contra soldados em áreas da cidade de Rafah que estão sob controle israelense, de acordo com as linhas de cessar-fogo estabelecidas. O Hamas, que continuou acusando Israel de múltiplas violações do cessar-fogo, disse que a comunicação com suas unidades restantes em Rafah foi cortada por meses e "não somos responsáveis por quaisquer incidentes ocorridos nessas áreas".
As próximas etapas do cessar-fogo devem se concentrar no desarmamento do Hamas, na retirada israelense de áreas adicionais que controla em Gaza e na futura governança do território devastado. O plano dos EUA propõe o estabelecimento de uma autoridade apoiada internacionalmente.