O governo Donald Trump autorizou oficialmente a CIA a realizar operações secretas e letais dentro da Venezuela com o objetivo de derrubar o ditador Nicolás Maduro do poder, afirma reportagem do jornal The New York Times publicada nesta quarta-feira.
Segundo o periódico norte-americano, a autorização formal da Casa Branca significa que a agência de espionagem dos Estados Unidos teria permissão de agir unilateralmente ou em conjunto com uma operação militar de larga escala isto é, uma invasão da Venezuela, cenário extremo temido por Caracas.
O jornal aponta, entretanto, que ainda não há informações indicando que Trump tenha tomado essa decisão. Ainda assim, nos últimos meses, o governo Trump têm aumentado consideravelmente a presença militar americana no Caribe.
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A CIA e o governo dos EUA têm longo histórico de interferência e patrocínio a golpes na América Latina, incluindo aquele que removeu João Goulart da Presidência em 1964 e instalou a ditadura militar no Brasil, período marcado por tortura, assassinatos e desaparecimentos contra dissidentes políticos.
Enquanto isso, a Força Aérea norte-americana enviou três bombardeiros estratégicos B-52, nesta quarta-feira (15) para um voo no mar do Caribe junto à costa venezuelana, chegando a menos de 200 km de Caracas. A nada sutil ameaça ocorre no momento em que as tensões entre o governo Trump e o de Nicolás Maduro estão em alta. O americano afirma estar em campanha contra cartéis de narcotráfico que atuam na Venezuela, enquanto o ditador venezuelano o acusa de querer derrubá-lo.
Os aviões circularam a região da ilha La Orchila, onde fica uma base militar e um complexo que costuma receber os presidentes venezuelanos. Não houve reação oficial de Caracas, que tem reagido com exercícios militares e mobilização de milícias. O governo ainda enfrenta uma semana de pressão extra, com a concessão do Prêmio Nobel da Paz à principal líder opositora do país, María Corina Machado.
Folhapress