Em decisão histórica, o governo de Israel aprovou nesta quinta-feira (9) o acordo assinado com o grupo terrorista Hamas para encerrar, após dois anos e dois dias, a guerra na Faixa de Gaza. Mais cedo, a facção palestina havia dito ter recebido garantias dos Estados Unidos e dos mediadores Turquia, Catar e Egito de que o conflito oficialmente acabou.
O principal líder da facção palestina em Gaza disse ter recebido garantias dos mediadores, que incluem a Turquia e o Catar, e do governo dos Estados Unidos de que o conflito oficialmente acabou. Já o gabinete israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou o esboço de acordo para libertação de reféns mantidos pelo Hamas, disse o escritório israelense.
A aprovação veio após o gabinete de Segurança e a os ministros da coalizão de Netanyahu avaliarem e referendarem os termos costurados pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, deve viajar ao Egito para uma assinatura do acordo e disse inclusive que visitaria Gaza.
Mais cedo, Netanyahu e Trump conversaram por telefone após o anúncio do republicano de que um acordo havia sido alcançado. "Foi uma conversa calorosa e emotiva e os dois líderes se parabenizaram por esta conquista histórica", disse a porta-voz do governo israelense Shosh Bedrosian. O americano é esperado em Jerusalém no próximo domingo (12), e seus negociadores principais, Jared Kushner e Steve Witkoff, devem chegar a Israel nesta quinta.
Diminuindo ainda mais as perspectivas de que Trump vença, o porta-voz do Comitê Norueguês do Nobel, responsável pela escolha entre centenas de indicados todos os anos, afirmou que a reunião final do grupo ocorreu na segunda-feira (6), dois dias antes de o presidente americano anunciar o entendimento entre Tel Aviv e a facção terrorista.
Aprovado o acordo, um cessar-fogo no território palestino entra imediatamente em vigor, e o fim do conflito deve ser anunciado oficialmente por Tel Aviv e o grupo terrorista. Nesta quinta, relatos de bombardeios israelenses contra Gaza foram registrados pelas agências de notícias e por palestinos no território.
A expectativa é de que Exército de Israel inicie sua retirada de Gaza assim que a trégua for instaurada. Nas primeiras 24 horas após o anúncio, os militares devem recuar para uma primeira linha que possibilite ao grupo terrorista reunir todos os reféns.
De 48 horas a 72 horas depois do anúncio, todos os sequestrados ainda vivos devem ser libertados pelo Hamas —não há clareza se os corpos dos reféns mortos também serão recuperados no mesmo período, e Trump disse na quinta que pode haver dificuldade de devolver alguns dos cadáveres Durante esses três dias, a facção e Tel Aviv precisam ainda negociar a lista de prisioneiros palestinos que serão libertados por Israel —o Hamas diz que todas as mulheres e crianças presas serão soltas.
O Exército afirmou, em comunicado, que já iniciou "preparações operacionais" para a primeira fase do acordo. O chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, instruiu as tropas a permanecerem em suas posições enquanto o pacto era discutido, e novos bombardeios foram realizados em Gaza nesta quinta pela manhã.
O trato não implica a retirada total das tropas de Israel de Gaza num primeiro momento. A segunda fase, ainda a ser debatida a partir das diretrizes do plano anunciado por Trump, prevê a retirada para uma segunda linha de recuo ainda dentro de Gaza apenas após o estabelecimento de uma força internacional transitória de estabilização do território palestino.
Folhapress