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Publicada em 07 de Outubro de 2025 às 08:22

Nobel de Física 2025 premia fenômenos quânticos em escala macroscópica

 John Clarke, Michel H. Devoret e John Martinis pertencem a comunidades científicas da Califórnia

John Clarke, Michel H. Devoret e John Martinis pertencem a comunidades científicas da Califórnia

Jonathan Nackstrand/AFP/Divulgação/JC
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Agências
No centenário da fundação da mecânica quântica, a base teórica que explica o comportamento da matéria em suas menores escalas, o comitê do Nobel decidiu premiar um trio de físicos por revelar a presença de efeitos aparentemente malucos e contraintuitivos da teoria mesmo em sistemas macroscópicos, explorando a turva divisa entre os mundos clássico e quântico.
No centenário da fundação da mecânica quântica, a base teórica que explica o comportamento da matéria em suas menores escalas, o comitê do Nobel decidiu premiar um trio de físicos por revelar a presença de efeitos aparentemente malucos e contraintuitivos da teoria mesmo em sistemas macroscópicos, explorando a turva divisa entre os mundos clássico e quântico.
Os ganhadores têm todos laços com a Califórnia, nos Estados Unidos. John Clarke pertence à Universidade da Califórnia em Berkeley, e seus colegas Michel H. Devoret e John Martinis, à Universidade da Califórnia em Santa Cruz, sendo que Devoret também tem laços com a Universidade de Yale.
Em anúncio realizado nesta terça-feira (7) na sede da Academia Real de Ciências da Suécia, em Estocolmo, os três dividiram o Prêmio Nobel em Física pela "descoberta de tunelamento quântico e quantização de energia macroscópicos em um circuito elétrico".
A escolha vem bem a calhar, justamente no centenário da moderna teoria quântica, iniciada por Werner Heisenberg, em 1925. O físico alemão foi o primeiro a teorizar a natureza bizarramente probabilística de objetos quânticos. Átomos estão longe de ser réplicas em miniatura de sistemas solares, como até então se pensava, e partículas não podem ser comparadas a bolas de bilhar.
Na mecânica quântica, essa realidade que nos parece tão óbvia se desfaz: partículas elementares não têm posição ou velocidade definidas, elas existem numa sobreposição de todas as posições ou velocidades possíveis para elas, até que sejam observadas por algum aparato experimental. E mais: há limites estritos sobre o que essas medições podem revelar a respeito delas. Se o físico mede com precisão a velocidade de uma partícula, lhe é vedado saber com precisão a posição dela, e vice-versa.
É o chamado princípio da incerteza, formulado por Heisenberg em 1927 e base dos fenômenos quânticos, em que fenômenos podem se manifestar como ondas ou como partículas, dependendo de como os sondamos, a realidade quântica depende essencialmente do observador e de como ele a aborda.
 

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