Um "shutdown", a paralisação econômica, segue atingindo o governo dos Estados Unidos após legisladores democratas e republicanos falharem em resolver um impasse sobre o orçamento federal americano no Congresso. Novas votações foram realizadas, mas não houve acordo entre os dois partidos, que trocam acusações sobre a responsabilidade do apagão. Na noite de quarta-feira, o governo de Donald Trump congelou US$ 26 bilhões destinados a estados de inclinação democrata, cumprindo sua ameaça de usar a falta de recursos para atingir os rivais políticos.
Embora serviços como correios, previdência social e a assistência de saúde Medicare continuem funcionando, parques, museus e bibliotecas foram fechados em todo o país. Milhares de funcionários de diversas pastas foram afastados ou estão trabalhando sem receber.
LEIA TAMBÉM: Shutdown nos EUA pode, por dia, dispensar 750 mil servidores e custar US$ 400 mi, diz CBO
O financiamento para agências federais expirou na virada de terça para quarta-feira, depois que o Senado rejeitou um projeto de lei de gastos temporários que teria mantido as operações até 21 de novembro.
Na quarta (1º), o Senado voltou a vetar a contraproposta orçamentária dos democratas para financiar o governo. Em seguida, a maioria dos democratas da Casa votou novamente para barrar um projeto republicano de gasto provisório, que manteria o financiamento nos níveis atuais.
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que cerca de 750 mil funcionários serão colocados em licença não remunerada a um custo diário de US$ 400 milhões. Este é o primeiro shutdown nos EUA desde 2018, quando ocorreu o apagão mais longo da história do país, que durou 35 dias. Essa é a 15ª paralisação do governo desde 1981.
Os programas afetados pelo congelamento incluem US$ 18 bilhões para projetos de transporte em Nova York, região dos dois principais democratas no Congresso, e US$ 8 bilhões para projetos de energia limpa em 16 estados governados por democratas, incluindo Califórnia e Illinois. Em jogo no financiamento do governo estão US$ 1,7 trilhão para operações de agências, o que representa cerca de 25% do orçamento total do governo, de US$ 7 trilhões.
Folhapress