O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nesta quinta-feira (2), que Moscou está empenhada em restabelecer laços diplomáticos com Washington. "A Rússia está buscando a restauração plena das relações com os Estados Unidos", declarou em evento. "Vemos que o atual governo dos EUA está interessado, antes de tudo, nos interesses de seu próprio país", acrescentou Putin.
Em relação ao conflito com a Ucrânia, o líder russo responsabilizou diretamente a União Europeia. "A Europa é responsável pela ausência de paz na Ucrânia", disse, defendendo que o desfecho poderia ter sido outro sob outra liderança americana. "O conflito na Ucrânia poderia ter sido evitado se Donald Trump fosse presidente" na época do início dos ataques, completou.
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Putin também elevou o tom contra a Otan. Segundo ele, "todos os países da Otan estão lutando contra a Rússia na Ucrânia", não apenas ao fornecer apoio político, mas também militar. "Eles estão fornecendo à Ucrânia inteligência, armas, treinamento", disse, o que classificou como "um sério desafio para a Rússia".
Enquanto isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou, nesta quinta-feira (2), que a eventual entrega de mísseis Tomahawk dos EUA à Ucrânia representaria uma escalada significativa no conflito com os russos.
O porta-voz observou que, ainda que novos armamentos possam ser fornecidos, nenhuma arma pode mudar radicalmente o curso dos acontecimentos. Ele acrescentou que o Ocidente já transferiu quase todos os tipos de sistemas militares disponíveis para Kiev e insinuou que, em momentos anteriores, até houve sugestões de envio de tecnologias nucleares. "Os europeus assumiram uma posição bastante agressiva. Há uma pausa nas negociações, um horizonte incerto para sua continuidade e uma posição abstrata do regime de Kiev. Eles não querem continuar as negociações, não querem um acordo."