O presidente da França, Emmanuel Macron, indicou o aliado Sébastien Lecornu ao cargo de primeiro-ministro, um dia após a Assembleia Nacional derrubar o premiê François Bayrou, que perdeu de forma esmagadora um voto de confiança no Parlamento.
Lecornu, de 39 anos, é ministro da Defesa e exerceu uma série de funções no governo desde a primeira eleição de Macron, em 2017. Em comunicado, confirmando a indicação, o Palácio do Eliseu revelou que Macron instruiu Lecornu a consultar as forças políticas representadas no parlamento francês para costurar um orçamento.
Ele será o quinto primeiro-ministro francês em dois anos, em meio à dificuldade do país em frear os gastos públicos para equilibrar a posição fiscal. No ano passado, Macron surpreendeu ao convocar uma eleição parlamentar adiantada, que resultou em uma Assembleia Nacional ainda mais fragmentada.
Desde então, dois premiês - Michel Barnier e François Bayrou - foram destituídos por conta das divergências sobre as finanças públicas. Bayrou apresentou sua renúncia nesta terça-feira, após perder de forma esmagadora um voto de confiança no Parlamento. Essa é a terceira queda de um chefe de governo em 14 meses. Bayrou durou apenas nove meses no cargo. Ainda assim, foi três vezes mais do que seu antecessor.
Ele apostou em um orçamento que exigia mais de € 40 bilhões em cortes. O plano congelava benefícios sociais, reduzia vagas no funcionalismo público e até eliminava dois feriados nacionais que muitos franceses consideram parte do seu ritmo de vida.
Bayrou alertava que, sem ação, a dívida pública - hoje em 114% do PIB - traria a "dominação pelos credores" tão certamente quanto por potências estrangeiras. Em vez disso, conseguiu unir seus inimigos. A extrema-direita de Marine Le Pen e uma aliança de esquerda votaram contra ele, por 364 a 194. Quando os deputados depositaram seus votos, Bayrou já havia convidado aliados para uma bebida de despedida.