A votação que decidirá o novo presidente do Partido Liberal-Democrata (PLD, na sigla em inglês) do Japão deve ocorrer em 4 de outubro, segundo a emissora estatal NHK. O pleito dará indícios de quem será o novo premiê. Isso porque, embora o partido tenha perdido a maioria no Parlamento, a sigla ainda é a mais representativa.
A escolha ocorre após o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, renunciar ao cargo neste domingo (7) devido a pressões decorrentes das últimas derrotas eleitorais. Perder em julho deste ano a maioria da Câmara Alta, o equivalente ao Senado no Brasil, foi decisivo.
O resultado do pleito representou ao partido, que dominou a política japonesa dos últimos 70 anos, uma de suas piores derrotas. Na época, porém, Ishiba afastou a possibilidade de renúncia. Antes disso, em outubro do ano passado, o PLD também se tornou minoritário na Câmara Baixa, o que aumentou a pressão pela derrota mais recente. Nesse caso, foi o pior desempenho dos 15 anos anteriores.
No discurso em que anunciou que deixaria o cargo, Ishiba afirmou que tomou a decisão para evitar uma divisão interna do partido. "Decidi renunciar na esperança de evitar uma situação em que o partido se dividisse", declarou.
O PLD deve optar por um formato de votação que permitirá a participação de mais de um milhão de membros da base do partido de todo o país. Outra opção seria deixar de lado a participação de membros em geral, reduzindo o tempo e a quantidade de votos.
Um pleito em larga escala pode dar vantagem aos candidatos que exercem maior influência entre a base nacional, não apenas entre políticos eleitos. O ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, por exemplo, é mais popular entre os apoiadores do que sua rival, a ex-ministra da Segurança Econômica Sanae Takaichi , segundo pesquisas da mídia local.
Caso Sanae seja eleita, ela se tornaria a primeira mulher a exercer o cargo de premiê. No entanto, não pode ser apontada como uma política feminista, na avaliação de especialistas. É vista como linha-dura, que acena à base do partido mais à direita.
Agências