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Publicada em 08 de Setembro de 2025 às 16:58

Milei tem a maior derrota política desde sua posse

Caso de corrupção com a irmã enfraqueceu o partido Liberdade Avança

Caso de corrupção com a irmã enfraqueceu o partido Liberdade Avança

Juan Mabromata/AFP/JC
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Agências
Javier Milei teve na província de Buenos Aires sua maior derrota eleitoral desde que assumiu a Casa Rosada, em 2023. Já o peronismo, que o presidente argentino prometia varrer do mapa, teve sua primeira grande vitória após o fracasso do governo de Alberto Fernández (2019-2023).
Javier Milei teve na província de Buenos Aires sua maior derrota eleitoral desde que assumiu a Casa Rosada, em 2023. Já o peronismo, que o presidente argentino prometia varrer do mapa, teve sua primeira grande vitória após o fracasso do governo de Alberto Fernández (2019-2023).
Com 99% dos votos apurados, o peronismo, que tem no governador da província, Axel Kicillof, seu principal expoente, obteve 47,28% dos votos totais até agora (3,82 milhões); a força política de Milei, A Liberdade Avança, que concorreu junto com o PRO (Proposta Republicana, do ex-presidente Mauricio Macri), conseguiu 33,71% (2,724 milhões de votos).
Foi a primeira vez desde a volta da democracia na Argentina que a província mais importante do país teve eleições legislativas de metade do mandato presidencial separadamente das eleições nacionais, que acontecem no próximo dia 26 de outubro, em um novo teste para a Casa Rosada.
Milei, que há dois meses prometia arrasar na província e no encerramento da campanha falou em um empate técnico, acabou quase 14 pontos atrás, um resultado que surpreendeu até os peronistas e o fez admitir a "clara derrota".
A vantagem dos peronistas foi garantida com a vitória dos distritos 1 e 3, que compõem o chamado Conurbano Bonaerense (o agrupamento de municípios que circundam a cidade de Buenos Aires). A capital da Argentina não faz parte da província que tem o mesmo nome e já havia votado em maio.
Os peronistas vão passar a ter maioria no Senado e se mantêm como primeira minoria na Câmara, embora a força de Milei tenha crescido nas duas Casas. No Senado provincial, o peronismo tem atualmente 21 cadeiras e ficará com 24; a aliança de A Liberdade Avança e PRO tem 12 e passará a 15. Na Câmara, os peronistas têm 38 e ficarão com 39; mileístas e macristas têm 24 e agora ficam com 31.
A UCR - Somos Buenos Aires teve 5,26% ou 425 mil votos, perdendo nove lugares na Câmara e 4 no Senado; a Frente de Esquerda (4,37% ou 353,3 mil votos) conseguirá manter seus dois deputados.
O mileísmo teve a imagem desgastada pouco antes da votação, por um caso de suposta corrupção envolvendo a irmã do presidente, Karina Milei, após a divulgação de áudios de um ex-funcionário do governo apontando que ela seria beneficiada por um esquema na compra de medicamentos para pessoas com deficiência.
Milei, que esperava chegar às eleições provinciais e às nacionais, em outubro, com a bandeira da queda de inflação também chegou ao pleito com dados negativos na economia, como a estagnação e queda nos últimos meses da atividade econômica e intervenções no câmbio. A estratégia do peronismo, por sua vez, foi concorrer com nomes que ocupam cargos importantes na província.
 

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