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Publicada em 02 de Setembro de 2025 às 17:54

Justiça proíbe divulgação de áudios de Karina Milei

No áudio, Karina cobraria 3% da propina paga pela Drogaria Suizo Argentina

No áudio, Karina cobraria 3% da propina paga pela Drogaria Suizo Argentina

LUIS ROBAYO/AFP/JC
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Agências
Em um novo capítulo do escândalo de suposta corrupção envolvendo a irmã do presidente Javier Milei, Karina, um juiz federal da Argentina proibiu que meios de comunicação publiquem gravações feitas dentro da Casa Rosada.
Em um novo capítulo do escândalo de suposta corrupção envolvendo a irmã do presidente Javier Milei, Karina, um juiz federal da Argentina proibiu que meios de comunicação publiquem gravações feitas dentro da Casa Rosada.
O caso que marca o pior momento do governo do ultraliberal começou há quase duas semanas, quando áudios atribuídos ao diretor à época da Andis (Agência Nacional para Pessoas com Deficiência), Diego Spagnuolo, apontam que a irmã do presidente se beneficiaria do suposto esquema de propinas ao lado de seu assessor mais próximo, Eduardo Lule Menem.
Karina cobraria 3% da propina paga pela Drogaria Suizo Argentina - empresa responsável pela distribuição os medicamentos. Spagnuolo, que era advogado pessoal de Milei e próximo ao presidente, foi demitido da agência.
Tanto o ex-diretor da Andis quanto os sócios da empresa tiveram celulares apreendidos após diligências da polícia à pedido da Justiça e do Ministério Público. A Suizo Argentina tem ligação tanto com Lule quanto com seu primo, Martín Menem, que é presidente da Câmara dos Deputados.
O escândalo dos áudios se difundiu rapidamente no país - diferentes levantamentos apontam que mais de 90% dos argentinos ao menos ouviram falar do caso- e colou nos irmãos Milei a suspeita de corrupção. Sem oferecer uma versão contundente para se defender, o governo se viu paralisado pela expectativa de novos vazamentos.
Na última sexta-feira, além das gravações atribuídas a Spagnuolo, dois novos arquivos foram publicados pelo canal de steaming Carnaval, que havia divulgado as primeiras mensagens do ex-diretor.
Neles, uma voz que seria de Karina cobra empenho dos presentes em uma reunião, sem fazer menção às denúncias de Spagnuolo. "Não podemos entrar na briga. Temos de estar unidos", diz a primeira gravação. "Na verdade, eles não precisam estar aqui 24 horas por dia. Entro às 8h da manhã e saio às 11h da noite da Casa Rosada", diz o segundo arquivo.
O jornalista que divulgou as gravações afirmou que o arquivo completo tem quase uma hora de duração. O círculo íntimo do governo, que culpa a oposição pelos vazamentos, se fechou ainda mais e marcou uma reunião de emergência.
Em sua conta na rede social X, o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, afirmou que as conversas privadas de Karina e outros funcionários foram gravadas, manipuladas e divulgadas para pressionar o Executivo. Para ele, a gravação foi ilegal e tem o objetivo de desestabilizar o país às vésperas das eleições legislativas nacionais (26 de outubro) e na província de Buenos Aires (próximo dia 7).
Na decisão, o juiz Alejandro Maraniello sustenta "que o direito à liberdade de expressão deve ceder às graves repercussões que a divulgação dos áudios de Karina poderia acarretar". "Tal situação configura danos difíceis ou impossíveis de reparar posteriormente", avalia.
 

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