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Publicada em 01 de Setembro de 2025 às 15:44

Talibã pede ajuda internacional após terremoto com ao menos 800 mortos

Epicentro foi registrado próximo da cidade de Jalalabad

Epicentro foi registrado próximo da cidade de Jalalabad

Wakil Kohsar/AFP/JC
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Agências
Um terremoto de magnitude 6 matou mais de 800 pessoas e deixou ao menos 2.800 feridos em duas províncias montanhosas no leste do Afeganistão, informou o Ministério do Interior, controlado pelo Talibã, nesta segunda-feira (1º). Os tremores causaram deslizamento de terras e destruíram várias aldeias. As autoridades deram início às buscas de sobreviventes nos escombros e na lama, e o número de vítimas tende a aumentar.
Um terremoto de magnitude 6 matou mais de 800 pessoas e deixou ao menos 2.800 feridos em duas províncias montanhosas no leste do Afeganistão, informou o Ministério do Interior, controlado pelo Talibã, nesta segunda-feira (1º). Os tremores causaram deslizamento de terras e destruíram várias aldeias. As autoridades deram início às buscas de sobreviventes nos escombros e na lama, e o número de vítimas tende a aumentar.
O desastre deve sobrecarregar ainda mais os recursos já escassos do regime fundamentalista de uma nação devastada pela guerra, que vê uma queda acentuada na ajuda estrangeira até deportações de centenas de milhares de afegãos por países vizinhos.
Sharafat Zaman, porta-voz do Ministério da Saúde em Cabul, pediu ajuda internacional para lidar com as operações de resgate e reconstrução. "Precisamos disso porque aqui muitas pessoas perderam suas vidas e casas", disse ele à Reuters. O Talibã se vê agora ainda mais necessitado de auxílio do exterior, depois de que muitos países cortaram ajuda devido ao retorno do grupo ao poder, há quatro anos.
O terremoto ocorreu próximo à superfície, a apenas oito quilômetros de profundidade, o que, segundo especialistas, pode ser mais devastador. O epicentro foi registrado próximo da cidade de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, perto da fronteira com o Paquistão e no limite com a província de Kunar, que foi a mais afetada. Após o primeiro, outros cinco tremores foram sentidos a centenas de quilômetros. Apesar da proximidade, não houve danos nem vítimas reportados do lado paquistanês.
Em Kunar, com 610 mortos contabilizados, o terremoto causou deslizamento de terras e inundações, e ao menos três aldeias foram arrasadas. A região é pobre e montanhosa. Muitas áreas do Afeganistão são inacessíveis por estradas, e as aldeias dispersas muitas vezes são feitas de estruturas de barro que são suscetíveis a desmoronamentos. O país é propenso a terremotos, particularmente na cordilheira do Hindu Kush, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram.
Socorristas foram enviados da capital Cabul, segundo as autoridades de saúde, para essas regiões remotas. Imagens da agência de notícia Reuters mostram helicópteros transportando vítimas, enquanto moradores ajudavam soldados e médicos a carregar os feridos para ambulâncias.
O terremoto foi um dos mais mortais do Afeganistão. Em outubro de 2023, ao menos 1.300 pessoas morreram após um tremor atingir a província de Herat. Pouco mais de um ano antes, em junho de 2022, tremores de magnitude 6,1 mataram mais de 1.000 pessoas.
Este é, portanto, o terceiro grande terremoto no país desde que o Talibã voltou ao comando em 2021, quando as forças estrangeiras se retiraram, desencadeando um corte no financiamento internacional que formava a maior parte das finanças do regime. Desde então, o grupo tem empregado medidas que refletem sua visão extremista do islã, em especial contra mulheres. No mês passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão para líderes do Talibã por perseguição às afegãs.
 

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