A nova flotilha com dezenas de barcos de ajuda humanitária que partiu de Barcelona em direção à Faixa de Gaza neste domingo (31) deu meia volta e retornou à capital catalã nesta segunda-feira (1º). Segundo os organizadores, uma tempestade atingiu o mar Mediterrâneo.
"Devido às condições meteorológicas adversas, realizamos um teste no mar e, em seguida, retornamos ao porto para permitir que a tempestade passasse. Isso significou adiar nossa partida para evitar riscos de complicações com as embarcações menores", afirma o comunicado divulgado nas redes sociais nesta segunda.
Os barcos já estão de volta ao porto de Barcelona. "Tomamos essa decisão para priorizar a segurança e o bem-estar de todos os participantes e para proteger o sucesso da nossa missão", completou o comunicado, citando rajadas de vento superiores a 55 quilômetros por hora.
A organização previa chegar a Gaza em 13 de setembro, e ainda não informou se o atraso vai modificar o itinerário e qual será a nova data de partida. O plano é passar por mais três pontos no mar Mediterrâneo, incluindo a Tunísia, e se juntar a outras embarcações no caminho, somando 80 barcos de 44 países com cerca de 700 pessoas.
À Folha o major Rafael Rozenszajn, um dos porta-vozes das Forças Armadas israelenses, já indicou que novamente não permitirá a entrada: "As Forças Armadas vão estar preparadas para garantir que o bloqueio seja aplicado de uma forma absoluta na Faixa de Gaza", disse.
Entre os nomes públicos que participam da missão, batizada de Global Sumud, estão a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, que foram presos e deportados por forças israelenses em uma das empreitadas anteriores do grupo, em junho. Ao menos mais 12 brasileiros estão na tripulação.
A saída da flotilha no domingo foi marcada por manifestações. As pessoas que acompanhavam o evento carregavam cartazes com dizeres como "parem o holocausto alimentar em Gaza" e "não são mortes, são assassinatos". Também puxavam gritos como "não é uma guerra, é um genocídio" e "aguenta, Gaza, que o povo se levanta".
A saída de Barcelona ocorreu após uma programação de três dias com palestras e shows pró-Palestina no porto da cidade, incluindo uma roda de samba. A capital catalã se tornou um foco de apoio à causa, chegando a romper relações institucionais com Israel simbolicamente em junho.
Nas últimas semanas, moradores e sindicatos organizaram a hospedagem de voluntários e o transporte em ônibus vindos de outras regiões da Espanha para acompanhar a zarpada. Um dos barcos leva inclusive a ex-prefeita da cidade Ada Colau, símbolo da esquerda local.
Agências