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Publicada em 26 de Agosto de 2025 às 20:21

Israel retira indicação de novo embaixador e rebaixa relação após Brasil segurar aval

 Medida do governo Netanyahu representa um novo episódio no desgaste na relação entre os dois países

Medida do governo Netanyahu representa um novo episódio no desgaste na relação entre os dois países

Alex WROBLEWSKI/AFP/JC
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Agências
O governo de Israel retirou a indicação para ter um novo embaixador em Brasília, após um impasse provocado pela decisão do governo Lula de segurar o aval ao nome do diplomata Gali Dagan para o posto. Com isso, o país fica sem representação desse nível no Brasil, o que indica a intenção de manter o relacionamento em um nível diplomático inferior. A decisão foi noticiada pelo jornal Times of Israel e confirmada por um funcionário do governo brasileiro que acompanha o tema. A medida representa um novo episódio no desgaste na relação entre os dois países e ocorre após meses de impasse em torno de um pedido não respondido de agrément - a aprovação formal concedida pelo Itamaraty para a nomeação de embaixadores estrangeiros. LEIA TAMBÉM: Itamaraty rebate críticas de ministro de Israel a Lula A chancelaria israelense recuou do envio de Dagan para chefiar a missão diplomática em Brasília porque o governo brasileiro se recusou a conceder o aval. "O pedido foi inexplicavelmente ignorado", disse o Ministério de Relações Exteriores israelense em comunicado noticiado pelo periódico. Ainda de acordo com a nota, a decisão implica que as relações com o Brasil passam a ser conduzidas "em um nível mais baixo". O governo brasileiro segurava a concessão do agrément, o que ampliava o risco de aprofundar a crise com o premiê Benjamin Netanyahu. O Itamaraty não rejeitou formalmente o pedido, mas o deixou sem resposta - o que, na diplomacia, equivale a um sinal de que o governo tem restrições ou não aceita a indicação. O episódio é parte de uma sequência de episódios de tensão na relação bilateral. Em 2024, Lula foi declarado "persona non grata" após comparar ações militares israelenses na Faixa de Gaza à perseguição de judeus no Holocausto. O contato entre os dois governos tem sido marcado por atritos e gestos de distanciamento. O Brasil chamou de volta seu embaixador em Tel Aviv no ano passado, depois que o diplomata Frederico Meyer, que ocupava o posto, foi chamado ao Museu do Holocausto e exposto a uma reprimenda pública pelo então chanceler israelense, Israel Katz. O Brasil até hoje não enviou um substituto.
O governo de Israel retirou a indicação para ter um novo embaixador em Brasília, após um impasse provocado pela decisão do governo Lula de segurar o aval ao nome do diplomata Gali Dagan para o posto. Com isso, o país fica sem representação desse nível no Brasil, o que indica a intenção de manter o relacionamento em um nível diplomático inferior.
A decisão foi noticiada pelo jornal Times of Israel e confirmada por um funcionário do governo brasileiro que acompanha o tema. A medida representa um novo episódio no desgaste na relação entre os dois países e ocorre após meses de impasse em torno de um pedido não respondido de agrément - a aprovação formal concedida pelo Itamaraty para a nomeação de embaixadores estrangeiros.
A chancelaria israelense recuou do envio de Dagan para chefiar a missão diplomática em Brasília porque o governo brasileiro se recusou a conceder o aval. "O pedido foi inexplicavelmente ignorado", disse o Ministério de Relações Exteriores israelense em comunicado noticiado pelo periódico. Ainda de acordo com a nota, a decisão implica que as relações com o Brasil passam a ser conduzidas "em um nível mais baixo".
O governo brasileiro segurava a concessão do agrément, o que ampliava o risco de aprofundar a crise com o premiê Benjamin Netanyahu. O Itamaraty não rejeitou formalmente o pedido, mas o deixou sem resposta - o que, na diplomacia, equivale a um sinal de que o governo tem restrições ou não aceita a indicação.
O episódio é parte de uma sequência de episódios de tensão na relação bilateral. Em 2024, Lula foi declarado "persona non grata" após comparar ações militares israelenses na Faixa de Gaza à perseguição de judeus no Holocausto. O contato entre os dois governos tem sido marcado por atritos e gestos de distanciamento.
O Brasil chamou de volta seu embaixador em Tel Aviv no ano passado, depois que o diplomata Frederico Meyer, que ocupava o posto, foi chamado ao Museu do Holocausto e exposto a uma reprimenda pública pelo então chanceler israelense, Israel Katz. O Brasil até hoje não enviou um substituto.

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