O Ministério do Comércio da China disse nesta terça-feira (12) que estenderia a trégua nas tarifas com os EUA por mais 90 dias, confirmando a medida horas após o anúncio de Washington. A extensão de Pequim seguiu a ordem executiva de Donald Trump de adiar as tarifas pesadas sobre importações chinesas até 10 de novembro, dando às duas maiores economias do mundo mais tempo para resolver sua disputa comercial.
A trégua tarifária, inicialmente alcançada em abril, estava programada para expirar nesta terça-feira. A extensão deve temporariamente impedir que as tarifas dos EUA sobre produtos chineses subam novamente para 145% e que as tarifas da China sobre produtos americanos cheguem a 125%. O Ministério do Comércio da China disse que a última decisão seguiu as discussões comerciais entre os dois países em Estocolmo.
O ministério do Comércio chinês anunciou ainda a suspensão ou o fim de medidas de controle de exportação contra 28 entidades norte-americanas, à medida que negociações comerciais entre os dois países avançam. Segundo um porta-voz do ministério, a partir desta terça-feira, "as medidas relacionadas continuarão suspensas por mais 90 dias para as 16 entidades norte-americanas incluídas na lista em 4 de abril de 2025".
Para outras 12 entidades adicionadas em 9 de abril, as medidas deixarão de ser aplicadas. Os comunicados publicados em 4 e 9 de abril incluíram 28 entidades americanas na lista de controle de exportação, proibindo "a exportação de itens de uso dual para essas entidades".
As medidas previstas nos avisos determinavam que "todas as atividades de exportação em andamento deveriam ser imediatamente interrompidas". No entanto, para casos excepcionais, "os exportadores devem solicitar autorização ao ministério do Comércio".
Segundo o ministério, as medidas iniciais foram adotadas para salvaguardar a segurança e interesses nacionais e cumprir obrigações internacionais de não proliferação. A recente decisão reflete o avanço nas negociações econômicas e comerciais de "alto nível" entre China e EUA.
A extensão da trégua acertada também dá aos países mais tempo para discutir outras questões não resolvidas, como as taxas vinculadas ao tráfico de fentanil que Trump impôs a Pequim, as preocupações americanas sobre as compras chinesas de petróleo russo e iraniano sancionado e os desacordos em torno das operações comerciais dos EUA na China. A A ampliação pode ainda abrir caminho para que Trump visite a China para se encontrar com o presidente Xi Jinping no fim de outubro, na época de uma reunião internacional na Coreia do Sul da qual o americano provavelmente participará.