O presidente Donald Trump disse que espera que os Estados Unidos estabeleça tarifas na faixa de 15% a 20% para os países que não chegarem a um acordo comercial negociado com Washington. "Eu diria que será em algum lugar na faixa de 15% a 20%", disse Trump a repórteres, sentado ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, em seu resort de golfe em Turnberry, na Escócia. "Provavelmente um desses dois números", adiantou.
Trump informou que seu governo enviará em breve cartas a cerca de 200 países notificando-os sobre a taxa tarifária esperada sobre as exportações para os EUA. Ele impôs uma tarifa adicional de 10% sobre a maioria dos países em abril, e muitos outros deverão ver suas tarifas aumentarem a partir de 1º de agosto.
No último domingo, EUA e União Europeia concordaram em estabelecer tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos do bloco, mesma taxa acordada com o Japão na semana passada. Segundo Trump, a UE gastará US$ 750 bilhões adicionais em produtos do setor de energia dos EUA, investirá US$ 600 bilhões no país e comprará "uma enorme quantidade" de equipamentos militares americanos, no valor de "centenas de bilhões de dólares", como parte do acordo.
A guerra comercial também tem atingido o Brasil. O prazo para negociar as sobretaxas de 50% anunciadas por Trump a produtos brasileiros é até a próxima sexta-feira, 1º de agosto, mas os canais de comunicação dos Estados Unidos estão, até agora, fechados.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva tem tentado dialogar com os norte-americanos há semanas e, a poucos dias do prazo, afirma que seguirá apostando na saída diplomática. O chanceler Mauro Vieira estará em Nova York nesta semana para uma conferência da ONU e já sinalizou disposição para viajar à capital Washington caso o governo Trump queira se sentar à mesa para negociar.
Mas, ao que parece, há pouco espaço para um entendimento. Um funcionário da Casa Branca com acesso às tratativas ligadas às tarifas afirmou na sexta-feira que o governo Trump avalia não ter recebido engajamento relevante ou propostas significativas por parte do Brasil para negociar os tributos.
Na última semana, Trump já havia dito que as taxas impostas pelo seu governo não ficariam abaixo de 15%, em uma indicação de que o piso para as sobretaxas será maior. O republicano também afirmou que a tarifa de 50%, caso do Brasil, são para países com quem os EUA "não têm se dado bem".