Ignorando o ultimato de Donald Trump por um cessar-fogo, o governo de Vladimir Putin lançou mais um mega-ataque contra a Ucrânia nesta quarta-feira (16), com uma barragem de 400 drones e um míssil que atingiu alvos de sua infraestrutura energética.
Em Kiev, as dúvidas acerca da ajuda militar prometida pelo presidente americano nos 50 dias dados a Putin para pactuar uma trégua com os rivais invadidos em 2022 persistem. Ninguém sabe dizer ao certo, ao menos publicamente, o quê, quanto e quando chegará em termos de armamentos.
Enquanto esse hiato se desenrola, os russos atacam. Houve ações contra 12 localidades na Ucrânia, que deixaram 15 feridos. Um grande incêndio irrompeu em Kharkiv (Norte), a segunda maior cidade do país, e houve grandes explosões em Kramatorsk (Leste) e Krivii Rih (Centro), terra natal do presidente Volodymyr Zelensky.
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Lá, um apagão atingiu cerca de 80 mil pessoas, e houve falta de luz em outras regiões. Na mão contrária, destroços de 1 dos 15 drones abatidos pela Rússia nesta quarta mataram uma pessoa em Voronej, cidade ao sul de Moscou.
A violência da guerra aérea vem puxando o aumento da intensidade geral do conflito. Ela coincide com a volta de Trump à Casa Branca, em janeiro, acompanhando o vaivém do norte-americano. Ele primeiro aproximou-se de Putin e reabriu negociações. Após idas e vindas, e um impasse sobre termos para uma trégua, Trump resolveu dar um ultimato na segunda passada: se o russo não parar a guerra até setembro, será submetido a sanções que pode atingir países que compram seu petróleo e derivados, como China, Índia e Brasil.
Parte da tática é de pressão, com a Otan (aliança militar ocidental) pedindo para que os governos dessas nações potencialmente afetadas, todos parceiros de Putin no bloco Brics, pressionem o Kremlin a aceitar negociar.
Enquanto isso se desenrola, Trump prometeu dar defesas antiaéreas para Kiev dentro de um novo esquema, no qual os EUA vendem as armas para países europeus da Otan, que por sua vez as repassam para Kiev.
Seria uma forma de dividir o custo da ajuda militar norte-americana, disparado a maior entre a dos aliados de Zelensky. Trump mesmo não liberou um centavo novo de apoio desde que assumiu, apenas mantendo e eventualmente pausando entregas contratadas no governo de Joe Biden.
Segundo a Inteligência Militar da Ucrânia, não há clareza acerca do que será de fato enviado. Trump falou em 17 Patriot, o caríssimo sistema antiaéreo capaz de derrubar mísseis lançados contra os ucranianos.
Agências