O Itamaraty convocou o representante da Embaixada dos EUA no Brasil para prestar esclarecimentos sobre a nota publicada em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais cedo, a embaixada norte-americana disse que Bolsonaro e sua família têm sido "fortes parceiros" dos americanos, e afirmou que a "perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil".
O encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, está sendo recebido pela embaixadora Maria Luisa Escorel, secretaria de América do Norte e Europa do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
O governo brasileiro se incomodou com o fato de a embaixada americana ter dado ampla divulgação à posição que o Departamento de Estado tinha respondido a um veículo de imprensa sob demanda. A nota da embaixada americana reforçou a declaração do presidente Donald Trump, que na segunda-feira (7) chamou os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição" e "caça às bruxas", pedindo para que "deixem Bolsonaro em paz".
Um dia depois, Trump voltou à sua rede social, repetindo os mesmos argumentos em defesa do ex-presidente e réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). Esta é a segunda vez que a principal autoridade dos EUA no Brasil é convidada a prestar esclarecimentos. Em janeiro, Escobar teve que explicar a deportação de brasileiros em condições degradantes.