A proposta de cessar-fogo anunciada pelo presidente Donald Trump na noite de segunda-feira (30) está sendo estudada pelo grupo terrorista palestino Hamas e já divide o governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
Trump disse que Israel havia concordado com seus termos logo depois de ter afirmado que forçaria o aliado em Tel Aviv a encerrar a guerra na Faixa de Gaza, iniciada após o Hamas atacar o Estado judeu de forma inaudita em 7 de outubro de 2023.
Resta combinar com Netanyahu, que como de costume está deixando a acomodação das forças em seu gabinete ocorrer antes de se posicionar. A ultradireita encarnada no ministro Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) busca uma forma de barrar o acordo.
Segundo relatos na imprensa israelense, seu partido propôs um bloco com a sigla de Bezalel Smotrich (Finanças), também um radical religioso, mas por ora o escritório do ministro negou a intenção. Eles comandam 13 dos 67 votos governistas no Parlamento, que tem 120 assentos e uma margem exígua de governabilidade para Netanyahu.
Dos 255 reféns tomados pelo Hamas no 7 de outubro, 50 estão em Gaza - 28 deles já mortos, segundo estimativa de Israel. A agonia do cativeiro tornou-se um tema central da ativa sociedade civil do país, e motivo de pressão constante sobre Netanyahu.
No último mês, cerca de 500 civis foram mortos em incidentes nas filas por comida, de resto criticadas como insuficientes pela ONU. Israel investiga o que ocorreu e admitiu ter havido vítimas, mas em número menor e não por ordem superior, como haviam relatado oficiais e soldados ao jornal Haaretz na última sexta.
O Hamas está discutindo os termos de Trump por meio de seus mediadores usuais no Egito e no Catar. Não houve declarações formais ainda, apenas relatos na mídia árabe, mas o norte-americano disse na véspera que se o grupo não aceitar o cessar-fogo, irá sofrer mais do que nunca.
A proposta de Trump é de um cessar-fogo de 60 dias, com a libertação imediata de metade dos reféns em troca de prisioneiros palestinos. Ao fim do processo, todos os cativos remanescentes em Gaza seriam soltos.
Agências