A Cúpula do Grupo dos Sete (G7) começou neste domingo (15), no Canadá, com tensões elevadas em razão da escalada do conflito entre Israel e o Irã e da ameaça de uma guerra comercial global, faltando menos de um mês para o fim da trégua tarifária anunciada em abril pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença na semana passada e deve chegar segunda-feira à noite para participar do encontro dos países mais ricos do mundo.
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Além do Brasil, Austrália, Ucrânia, Coreia do Sul, México e Índia foram convidados para participar da cúpula do G7 neste ano. O encontro acontece até terça-feira, em Kananaskis, no Canadá. Essa é a 50ª reunião do grupo, formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
Será a primeira vez que Lula e Trump estarão na mesma mesa de negociações desde a posse do republicano. O petista deve aproveitar a alta cúpula global para encontros bilaterais, em especial com Trump. Uma das reuniões já pré-acordadas será com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que busca apoio para a guerra contra a Rússia. Se realizada, será a segunda entre ambos. A primeira ocorreu na Assembleia-Geral da ONU, em 2023, em Nova York, após a tentativa frustrada de um encontro no G7 daquele ano, no Japão.
O petista confirmou a participação na cúpula somente na semana passada, após convite formal do primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, por telefone. A presença de Lula, contudo, já era prevista. Em visita a Paris, o brasileiro fez, inclusive, uma brincadeira sobre o assunto e disse que iria ao Canadá enquanto os EUA não anexassem o país vizinho.
Neste ano, a cúpula do G7 deve ser marcada pela escalada de novos conflitos entre Israel e o Irã, com reflexos na segurança e na economia mundial devido ao salto nos preços do petróleo. A renovada tensão no Oriente Médio tende a pautar parte da reunião, consumindo a agenda dos líderes para outros assuntos. Os membros do G7 devem tentar persuadir Trump, único líder com real influência sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.