Ali Shamkhani, o principal conselheiro do Líder Supremo do Irã, morreu neste sábado (14) por ferimentos sofridos em um ataque israelense, informou a TV iraquiana Al Sharqiya, em publicação no X. Shamkhani era o responsável por representar Teerã em diversas negociações e, há cerca de um mês, foi o responsável por dizer que o Irã estava pronto para assinar um acordo nuclear com os EUA em troca da retirada de sanções econômicas.
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Ainda sobre a relação entre norte-americanos e iranianos, o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, responsável por mediar as negociações entre os Estados Unidos e Irã sobre o programa nuclear de Teerã, afirmou que as conversas previstas para este domingo (15), em Mascate, entre os dois países "não ocorrerão mais".
Em publicação no X, no entanto, ele afirmou que "a diplomacia e o diálogo continuam sendo o único caminho para uma paz duradoura". O cancelamento acontece após uma troca de ataques entre Israel e Irã. Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram uma conversa por telefone neste sábado, que durou 50 minutos, para discutir a escalada da situação nas negociações de paz no Oriente Médio e na Ucrânia, disse o assessor do líder russo, Yuri Ushakov.
"A perigosa escalada da situação no Oriente Médio estava naturalmente no centro da troca de opiniões", disse a jornalistas após a conversa entre os líderes. O republicano, segundo Ushakov, descreveu a situação regional como "muito alarmante".
Durante a conversa, Putin informou Trump sobre suas recentes conversas com os líderes do Irã e de Israel e reiterou a proposta da Rússia de buscar soluções mutuamente aceitáveis para a questão nuclear iraniana. Ainda, conforme o assessor, o presidente russo disse ao americano sobre a implementação dos acordos durante as negociações de paz em Istambul entre as delegações russa e ucraniana, incluindo a troca de prisioneiros de guerra.
Também neste sábado, as Forças de Defesa de Israel informaram, em mensagem no Telegram, que as diretrizes defensivas do Comando da Frente Interna continuam inalteradas e permanecerão em vigor até domingo às 20h do horário local (por volta das 14h de Brasília).
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que suas forças armadas vão promover ataques a "todas as estruturas do regime" do Irã nos próximos dias. Netanyahu afirmou que o objetivo israelense no ataque ao Irã era eliminar "uma dupla ameaça" - não apenas o programa nuclear iraniano, mas também os mísseis balísticos.
"Há uma grande ameaça representada pelos mísseis balísticos iranianos", disse. Em uma publicação no X, ele ressaltou que Israel está "defendendo a liberdade no Oriente Médio e além". "Estamos fazendo isso contra um regime iraniano tirânico e radical que quer construir bombas atômicas para nos destruir e mísseis balísticos, incluindo mísseis balísticos intercontinentais, para poder ameaçar qualquer pessoa e em qualquer lugar do mundo", escreveu na postagem.
Segundo um oficial militar israelense, o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos em quatro bombardeios contra território israelense até o momento, em resposta a múltiplas ondas de ataques de Israel. Por sua vez, a União Europeia (UE) reiterou seu "forte compromisso" com a segurança regional, incluindo a segurança de Israel, e apelou para que todas as partes respeitem o direito internacional, em declaração publicada neste sábado, após a troca de ataques entre Israel e Irã.
"A UE sempre deixou claro que o Irã jamais deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear e está preocupada com o recente relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Mas a segurança duradoura é construída por meio da diplomacia, não da ação militar", pontua o documento, que destaca uma "profunda preocupação" europeia com a escalada que "ameaça desestabilizar o Oriente Médio".
Na avaliação europeia, a diplomacia deve prevalecer, e a UE continuará a "contribuir para todos os esforços diplomáticos para reduzir as tensões e encontrar uma solução duradoura para a questão nuclear iraniana, o que só pode ser feito por meio de um acordo negociado".