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Publicada em 31 de Maio de 2025 às 13:33

Em português, governo dos EUA cita 'inimigos da liberdade de expressão'

Magistrado brasileiro se tornou alvo do governo Trump após decisões contra plataformas de redes sociais americanas

Magistrado brasileiro se tornou alvo do governo Trump após decisões contra plataformas de redes sociais americanas

Gustavo Moreno/STF/JC
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Agências
O governo de Donald Trump fez uma publicação em português na noite de quinta-feira (29) afirmando que "nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado". A declaração ocorre em meio às ameaças dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O governo de Donald Trump fez uma publicação em português na noite de quinta-feira (29) afirmando que "nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado". A declaração ocorre em meio às ameaças dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última semana, o secretário de Estado do país, Marco Rubio, afirmou haver "uma grande possibilidade" de o ministro ser alvo de punições.

A declaração em português foi publicada no perfil do X (antigo Twitter) do Bureau of Western Hemisphere Affairs (WHA), órgão vinculado ao Departamento de Estado e responsável por lidar com políticas e relações com o Hemisfério Ocidental, incluindo América Latina e Caribe.

A publicação do WHA foi feita em resposta ao anúncio de Rubio, na quarta-feira, de que os EUA vão restringir visto a "autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos". Sem citar Moraes, ele mencionou a América Latina como um dos exemplos de aplicação.

O magistrado brasileiro se tornou alvo do governo Trump após decisões contra plataformas de redes sociais americanas e aliados do presidente norte-americano, como o bilionário Elon Musk.

Apoio

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) aprovou uma moção de solidariedade a Moraes. A iniciativa ocorre diante das "ameaças do governo dos EUA de aplicar sanções" contra o ministro.

Na moção, a USP faz um pedido para que as duas nações não entrem em conflito. "As verdadeiras democracias não se agridem, mas, sim, respeitam-se mutuamente, cooperam umas com as outras e promovem, juntas, os Direitos Humanos", diz o documento

De acordo com o texto, a "República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo princípio da não intervenção".

"Por isso, é inaceitável que país estrangeiro (sobretudo um país amigo) cogite, muito menos pretenda, censurar membro do Judiciário brasileiro, qualquer que seja ele, pelas decisões tomadas no exercício da jurisdição", afirma o documento.

O texto ainda faz menção às universidades de ensino superior dos EUA que também enfrentam um impasse com o governo Trump, após o presidente republicano congelar o agendamento de entrevistas para a análise e concessão de vistos a estudantes estrangeiros.

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