Na última quinta-feira (20), a juíza federal Allison Burroughs derrubou, de forma temporária, o decreto do presidente Donald Trump que impede Harvard de matricular estudantes estrangeiros, parte da batalha do governo para minar as finanças e a influência global da universidade mais antiga dos EUA.
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A decisão foi uma vitória para Harvard, pelo menos por enquanto, em sua guerra contra a Casa Branca, que retirou bilhões de dólares em financiamento de pesquisas e suspendeu contratos.
Em clima de incertezas
Os advogados de Harvard disseram que seus alunos estrangeiros estavam em pânico e tentando se transferir para outras instituições. "Quero manter o status quo", afirmou a juíza Burroughs na audiência. "As pessoas estão aterrorizadas", destacou.
Ontem, 9 mil alunos se reuniram em Harvard Yard para receber seus diplomas em uma cerimônia de formatura marcada por protestos contra Trump. Houve aplausos esporádicos quando os alunos souberam da decisão da juíza.
Na abertura da cerimônia, o reitor Alan Garber foi bastante aplaudido. "Membros da turma de 2025, da rua de baixo, de todo o país e do mundo todo, exatamente como deveria ser", disse o reitor. "Minha esperança para vocês, membros da turma de 2025, é que se sintam confortáveis em se sentirem desconfortáveis."
Entre os alunos que ainda não se formaram, no entanto, o clima é de desânimo diante das inconclusivas batalhas legais. Alguns estudantes já pensam em novos rumos para suas vidas acadêmicas.
A diretora para imigração de Harvard, Maureen Martin, disse que vários alunos já perguntaram sobre transferências e muitos estudantes e acadêmicos internacionais "estão relatando um sofrimento emocional que está afetando a saúde mental e dificultando o foco nos estudos".
Medidas de Trump favorecem a fuga de talentos
Segundo Martin, consulados de vários países entraram em contato em busca de informações sobre a ordem de Trump. De acordo com ela, muitos dos alunos que conseguirem uma transferência poderão enfrentar problemas com o calendário acadêmico e uma menor oferta de estudos específicos.
Martin completou alertando para uma possível fuga de talentos para outros países. Ela citou, por exemplo, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, que vem oferecendo facilidades na admissão e apoio a alunos atuais e futuros de Harvard.