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Publicada em 14 de Maio de 2025 às 18:14

Merz diz que Ocidente não pode se dividir

Primeiro-ministro alemão disse que irá tornar o exército do país o mais forte da Europa

Primeiro-ministro alemão disse que irá tornar o exército do país o mais forte da Europa

John MACDOUGALL/AFP/JC
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Agências
Em seu primeiro discurso no Parlamento, o novo primeiro-ministro alemão Friedrich Merz declarou que o Ocidente não pode se dividir na busca de uma solução para o conflito na Ucrânia, que o Exército alemão se tornará o mais forte da Europa, que a Alemanha continuará sendo um país de imigração e que a população deverá perceber uma melhora na economia já nos próximos meses.
Em seu primeiro discurso no Parlamento, o novo primeiro-ministro alemão Friedrich Merz declarou que o Ocidente não pode se dividir na busca de uma solução para o conflito na Ucrânia, que o Exército alemão se tornará o mais forte da Europa, que a Alemanha continuará sendo um país de imigração e que a população deverá perceber uma melhora na economia já nos próximos meses.
Há uma semana no cargo e após o fiasco inédito de ter que se submeter a uma segunda votação para ser confirmado primeiro-ministro, Merz elegeu as relações exteriores como prioridade em seus primeiros dias de governo. Visitou França e Polônia durante as comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra e ainda apareceu de surpresa em Kiev, no sábado, junto com outros líderes europeus, para anunciar um esforço concentrado por um cessar-fogo imediato na Ucrânia.
Nesta quarta-feira, em Berlim, não foi diferente. "É de suma importância que o ocidente político não se deixe dividir", disse Merz, revelando que conversou duas vezes com Donald Trump nos últimos dias. "Sou grato por seu apoio à iniciativa de um cessar-fogo incondicional de 30 dias", afirmou, reforçando a narrativa de que a ofensiva iniciada no fim de semana contra a Rússia se deve à Europa.
De Washington a Moscou, muita gente tomou para si o crédito da iniciativa, que ainda não logrou resultados concretos. Volodymyr Zelensky desafia Vladimir Putin para um encontro pessoal em Istambul, nesta semana, enquanto o Kremlin confirma apenas a disposição de participar das negociações.
Ao Bundestag, Merz afirmou que a Alemanha não se tornaria "parte da guerra", mas ao mesmo tempo repetiu que irá cumprir a promessa de fortalecer as Forças Armadas do país. "A Bundeswehr deve se tornar o exército convencional mais forte da Europa." Justificou com uma frase de efeito: "Queremos poder nos defender para não termos que nos defender".
Merz também abordou o tema da imigração. "A Alemanha é um país de imigração. Foi, é e continuará sendo". Ao mesmo tempo, o novo governo já endurece a fiscalização nas fronteiras do país e os processos de asilo.
Merz assegurou também que a recuperação econômica do país já está em curso, prometendo que a população sentirá os primeiros resultados já no verão europeu, no meio do ano. "Queremos governar para renovar a promessa de prosperidade para todos", declarou o primeiro-ministro, em referência a uma expressão criada por Ludwig Erhard, o ministro da Economia do pós-guerra alemão.
Figura histórica da CDU, partido de Merz, Erhard pôs em prática a economia social de mercado, que catapultou a Alemanha ao papel de maior potência da Europa, com a premissa de que a liberdade econômica só é alcançada com a liberdade individual.
 

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