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Publicada em 06 de Maio de 2025 às 12:14

Parlamento confirma o conservador Friedrich Merz como premiê da Alemanha

Merz foi eleito em 2ª votação após uma derrota histórica na primeira

Merz foi eleito em 2ª votação após uma derrota histórica na primeira

Odd ANDERSEN/AFP/JC
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Agências
O líder conservador Friedrich Merz foi eleito primeiro-ministro pelo Parlamento da Alemanha nesta terça-feira (6), em uma segunda votação marcada após uma derrota histórica na primeira tentativa, horas antes. O fracasso anterior foi algo inédito na Alemanha do pós-guerra e um constrangimento para um homem que prometeu reavivar o crescimento econômico em um momento de turbulência global.
O líder conservador Friedrich Merz foi eleito primeiro-ministro pelo Parlamento da Alemanha nesta terça-feira (6), em uma segunda votação marcada após uma derrota histórica na primeira tentativa, horas antes. O fracasso anterior foi algo inédito na Alemanha do pós-guerra e um constrangimento para um homem que prometeu reavivar o crescimento econômico em um momento de turbulência global.
O resultado ocorre após Merz não alcançar a maioria simples no Parlamento para se tornar primeiro-ministro da Alemanha em uma votação pela manhã - um fracasso inédito no período pós-guerra. Na primeira rodada, o Bundestag inesperadamente lhe deu 310 votos, 6 a menos do que o necessário, apesar de sua coalizão de governo somar 328 parlamentares.
A votação expôs a fragilidade do acordo do conservador da aliança CDU/CSU com os sociais-democratas do SPD, partido do ainda primeiro-ministro, Olaf Scholz. Embora não tenha sido um revés fatal, o fracasso representa um constrangimento para o homem que prometeu restaurar a liderança alemã no cenário mundial.
Após o fiasco, políticos passaram horas discutindo o caso. "Sem dúvida, esta é uma situação especial", admitiu Jens Spahn, líder da CDU no Parlamento. "Toda a Europa, talvez o mundo inteiro esteja acompanhando esta eleição."
O peso da votação se deve à conjuntura política europeia. Merz, 69, foi o vencedor das eleições legislativas de 23 de fevereiro e é visto com esperança em uma Europa desorientada pela política diplomática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A aliança prometia reativar o crescimento da economia alemã, que enfrenta seu terceiro ano de recessão em meio a uma guerra comercial desencadeada por Trump, e aumentar drasticamente os gastos com defesa, em um contexto de desconfiança dos EUA em relação à Otan.
"Toda a Europa olhou para Berlim hoje na esperança de que a Alemanha se reafirmasse como uma âncora de estabilidade e uma potência pró-europeia", disse Jana Puglierin, chefe do escritório de Berlim do think tank Conselho Europeu de Relações Exteriores. "Essa esperança foi frustrada. Com consequências muito além das nossas fronteiras." Após a votação, Merz, visivelmente chocado, levantou-se para conversar com colegas.
Membros do partido disseram na segunda (5) que ele alcançaria a maioria, apesar de discordâncias em relação a indicações para o gabinete, compromissos políticos e um enorme pacote de empréstimos aprovado pelo antigo Parlamento.
O único vencedor do desastre de terça-feira é a extremista AfD (Alternativa para a Alemanha), que ficou em segundo lugar em fevereiro e liderou algumas pesquisas recentes, afirma Manfred Guellner, pesquisador do Instituto Forsa de Pesquisa Social e Análise Estatística. "A confiança nas instituições políticas está ainda mais prejudicada", diz ele.

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