Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 17 de Março de 2025 às 20:30

Governo Milei propõe lei que define torcidas organizadas como grupos ilícitos

Lei Anti-Barras vai estabelecer uma responsabilização criminal de dirigentes dos clubes de futebol que colaborarem com as torcidas organizadas

Lei Anti-Barras vai estabelecer uma responsabilização criminal de dirigentes dos clubes de futebol que colaborarem com as torcidas organizadas

ALEJANDRO PAGNI/AFP/JC
Compartilhe:
Folhapress
Ainda no rescaldo dos confrontos que marcaram o mais recente protesto no Congresso da Argentina ocorrido na última semana, o governo de Javier Milei encampou nesta segunda-feira (16) uma controversa medida: propôs um projeto de lei para criminalizar as torcidas organizadas de futebol.
Ainda no rescaldo dos confrontos que marcaram o mais recente protesto no Congresso da Argentina ocorrido na última semana, o governo de Javier Milei encampou nesta segunda-feira (16) uma controversa medida: propôs um projeto de lei para criminalizar as torcidas organizadas de futebol.
A apresentação do projeto contra as chamadas "barra bravas" ficou a cargo da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, um dos principais nomes dessa administração. O projeto busca classificar as torcidas como um tipo de associação ilícita (grupo de três ou mais pessoas destinado a cometer delitos, segundo o Código Penal).
O objetivo final é agravar as penas para os envolvidos. A lei local prevê de 5 a até 20 anos de prisão a pena para aqueles que fizerem parte de uma associação cujo objetivo seja "aterrorizar a população ou obrigar o governo a realizar um ato ou se abster de realizá-lo".
A tentativa da gestão Milei ocorre após algumas das torcidas nacionais manifestarem apoio e participarem da tradicional marcha feita pelos aposentados, sempre às quartas-feiras. O último ato, no dia 12, teve confrontos, ao menos uma pessoa ferida gravemente (o fotojornalista Pablo Grillo, 35 anos) e mais de 100 pessoas detidas.
Muitos críticos das ações de Milei argumentam que a convocação para o protesto e para a incitação à violência não partiu necessariamente do comando das torcidas, mas de torcedores específicos, mais envolvidos com a militância política. Para o governo, não coube o discernimento.
Uma investigação do jornal La Nación mapeou que os torcedores que estavam presentes na manifestação não eram do alto escalão das torcidas organizadas nem tinham protagonismo. Eram pessoas que ocupam funções marginais nas organizações e papéis secundários. Enquanto isso, o governo afirma que essas pessoas compareceram ao ato em coordenação com dirigentes da esquerda regional com o propósito de causar desordem.
Ainda segundo anunciou a ministra, a apelidada "Lei Anti-Barras" vai estabelecer uma responsabilização criminal de dirigentes dos clubes de futebol que colaborarem com as torcidas organizadas de alguma maneira. Patricia diz que o fornecimento de ônibus para as torcidas ou a ajuda financeira entrariam na tipificação dessa colaboração.
 

Notícias relacionadas